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Opinião

- Publicada em 02 de Janeiro de 2020 às 03:00

Um fato social

É possível comparar a Capital e uma cidade do interior em vários aspectos. Durkheim inventou o fato social em Sociologia. Como estamos em época de comemorações - Natal e Ano-Novo - um fato social que acontece numa específica cidade do interior do RS é o costume de se reunir em família ou em festas com amigos apenas e exclusivamente para falar mal dos outros, julgá-los e até levantar hipóteses sobre o comportamento deles. Na Capital isso pode até acontecer, mas as pessoas também falam de política, de economia, de educação, de futebol, de carros, de compras, de mulheres, de homens, de filhos e até de assuntos intelectuais, enfim, de tudo um pouco.
É possível comparar a Capital e uma cidade do interior em vários aspectos. Durkheim inventou o fato social em Sociologia. Como estamos em época de comemorações - Natal e Ano-Novo - um fato social que acontece numa específica cidade do interior do RS é o costume de se reunir em família ou em festas com amigos apenas e exclusivamente para falar mal dos outros, julgá-los e até levantar hipóteses sobre o comportamento deles. Na Capital isso pode até acontecer, mas as pessoas também falam de política, de economia, de educação, de futebol, de carros, de compras, de mulheres, de homens, de filhos e até de assuntos intelectuais, enfim, de tudo um pouco.
Numa específica cidade do interior, não funciona dessa forma (não citamos o nome, porque o objetivo não é ofender ninguém, mas analisar um fato social). Segundo o IBGE, a população estimada é de 42.894 pessoas. Em torno de 43% dos jovens entre 18 e 20 anos concluíram o Ensino Médio. Isso significa que 57% não chegaram a esse nível. A população acima de 65 anos gira em torno de 11%, quase o percentual do número de analfabetos: 9,37%. A expectativa de anos de estudo nesse município é de 9,62, isto é, um pouco mais do que o Ensino Fundamental.
Existe um polo universitário na cidade, que oferece cursos de graduação conveniados com cinco universidades federais, tudo de graça. Porém os cursos estão vazios, porque são raros os que desejam estudar. Como o nível educacional é baixíssimo, e as pessoas necessitam conversar, mas não se interessam por nada que seja intelectualizado, terminando falando mal dos outros, embora uma coisa não deveria ter relação com outra. Participar de um evento social nessa cidade é mais ou menos assim: se reúnem, começam a comer e já partem para falar da vida de um por um dos cidadãos da cidade. Discorrem sobre o que comem, o que vestem, o que bebem, suas amantes, se viajam ou não, se cuidam bem dos filhos ou não, se trabalham ou não, se dão mais importância para torrar o dinheiro em comprinhas ou não, se votam em partidos de direita ou não, se são religiosos ou não.
Interessante que se trata de um município profundamente religioso. Quase todos os cidadãos frequentam as igrejas assiduamente, vão a todas as missas, discutem quem é o melhor padre e, mesmo assim, têm como passatempo falar mal dos outros, o que não parece ser um ato muito cristão. Com certeza, Durkheim iria se divertir com esse fato social, tentando entender o porquê de as pessoas se comportarem dessa forma, como fizemos. Um novo ano está ingressando. Será que não seria uma boa oportunidade para revermos nossos hábitos?
Professor
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