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Opinião

- Publicada em 17 de Dezembro de 2019 às 03:00

Sociedade global à deriva

Já faz quatro anos que 195 nações estão comprometidas a unir esforços para reduzir ou ao menos conter o avanço da temperatura média global. Passados 96 meses, na 25ª Conferência do Clima da ONU (COP25), realizada em Madri, nos deparamos com uma realidade nada otimista.
Já faz quatro anos que 195 nações estão comprometidas a unir esforços para reduzir ou ao menos conter o avanço da temperatura média global. Passados 96 meses, na 25ª Conferência do Clima da ONU (COP25), realizada em Madri, nos deparamos com uma realidade nada otimista.
Todos os relatórios divulgados nas últimas semanas demonstram que não tivemos avanços em relação às metas do Acordo de Paris.
Em muitos aspectos - senão todos - estamos ainda piores do que antes de o acordo começar a ser discutido.
Os impactos desta negligência mundial são visíveis nos quatro cantos do planeta em incêndios de difícil contenção, longos períodos de seca, enchentes, nevascas severas, furacões e processos de desertificação.
Enquanto isso, na maior conferência do mundo sobre a temática, quem ganha voz é a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 16 anos, ocupando o espaço deixado pelos líderes das principais potências do mundo, que poderiam tomar decisões e atuar em mudanças de forma efetiva, mas parecem que ainda não entenderam a urgência do assunto.
A saída dos Estados Unidos da América (EUA) do Acordo de Paris representa um risco, principalmente pela influência sobre outras nações, como países árabes e a Polônia, que têm uma economia fortemente baseada na exploração de combustíveis fósseis. A turbulência político-econômica que afeta países da América do Sul, como Chile e Brasil, impossibilitou a vinda da COP para o continente.
A carência de compromissos com o clima dificulta a adoção de medidas arrojadas que migrem para tecnologias ecológicas mais eficientes.
É evidente também que necessitamos mais ambição para cumprir as metas do Acordo de Paris e impedir o caos climático. A ONU alerta para "perspectivas sombrias".
Mesmo que todos os países cumpram sua parte no Acordo de Paris, o planeta esquentaria cerca de 2 graus Celsius. Até o momento, já esquentou 1 grau e os eventos climáticos extremos estão causando sérios impactos.
Na tendência atual, estamos rumando para um aumento de 3 a 5 graus, o que seria desastroso.
A responsabilidade pela segurança e pela qualidade de vida das pessoas nos próximos anos e das gerações futuras estão nas mãos dos diplomatas e tomadores de decisão presentes na COP25, que negociaram em nome de seus países e de toda a humanidade.
Sem um consenso entre as nações, qualquer tomada de decisão parece longe de acontecer. É a sociedade global à deriva. Esse consenso é fundamental para não deixar a sociedade global à deriva, como pode estar acontecendo, sem que medidas corretivas sejam tomadas por quem de direito em todo mundo.
Especialista em Conservação da Natureza, participou da COP pela 15ª vez
 
 
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