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Opinião

- Publicada em 11 de Dezembro de 2019 às 14:24

Uma novel Constituição

No Brasil oficial, de tempos em tempos, renovam-se as “promessas divinas da esperança” (Castro Alves), as quais são feitas por aqueles que medem gestos, palavras e expressões, deixando a máscara devorar o rosto. Assim sempre foi neste Pays de Cocagne, lugar criado pelo imaginário do povo francês, onde tudo existia para satisfazer todas as necessidades e todos os prazeres de seus habitantes, que podiam fazê-lo sem nenhum esforço, o qual foi muito bem explorado por Boileau.
No Brasil oficial, de tempos em tempos, renovam-se as “promessas divinas da esperança” (Castro Alves), as quais são feitas por aqueles que medem gestos, palavras e expressões, deixando a máscara devorar o rosto. Assim sempre foi neste Pays de Cocagne, lugar criado pelo imaginário do povo francês, onde tudo existia para satisfazer todas as necessidades e todos os prazeres de seus habitantes, que podiam fazê-lo sem nenhum esforço, o qual foi muito bem explorado por Boileau.
Com efeito, o eco das promessas referidas alhures continua ressonando com um som impecável, por meio de vozes autoproclamadas éticas, emanadas de todos os matizes e direções. Em um coro padronizado, essas vozes, cujos donos estão em um nível delinquencial uniforme, transformam-se em histriônica vociferação contra os que se deixaram flagrar cometendo pequenos ou grandes delitos, em meio ao enaltecimento dos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, o que remete ao oportunismo que inúmeras vezes pautou a disputa entre a “Banda de Música” da UDN (União Democrática Nacional), especializada em denúncias de corrupção, o que denominavam de “caça aos escândalos”, e o populismo varguista nas décadas de 1950 e 1960, por meio da aliança governista PSD-PTB, que sucumbiu a uma pequena trégua visando apenas interesses pessoais, a qual patrocinou o acordo interpartidário UDN-PSD-PR, que favoreceu o retorno de Vargas em 1950.
O tema em questão lembra a Carta Magna com um só dispositivo, sugerida por Capistrano de Abreu (1853-1927): “Todo brasileiro está obrigado a ter vergonha na cara”. Se essa Lei Maior estivesse vigendo e sendo cumprida, seriam raros os velhacos do serviço público, os magistrados venais, os empresários bem-sucedidos, que enriquecem cometendo os mais diversos atos ilícitos em conluio com agentes públicos e empresas estatais ineficientes. Enfim, os brasileiros íntegros do Brasil real viveriam melhor.
Advogado
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