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Opinião

- Publicada em 25 de Novembro de 2019 às 03:00

Vamos falar sobre violência doméstica?

Rafaela Barros
Há 20 anos, a Assembleia Geral da ONU instituiu o 25/11 como o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A data remete a 1960, quando três irmãs, Las Mariposas, foram brutalmente assassinadas por Rafael Leônidas Trujillo, ditador da República Dominicana, por combaterem o regime opressor daquele país. A comoção foi grande e o ditador, assassinado.
Há 20 anos, a Assembleia Geral da ONU instituiu o 25/11 como o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. A data remete a 1960, quando três irmãs, Las Mariposas, foram brutalmente assassinadas por Rafael Leônidas Trujillo, ditador da República Dominicana, por combaterem o regime opressor daquele país. A comoção foi grande e o ditador, assassinado.
Infelizmente, o paradigmático caso e a comoção social à época não foram suficientes para alterar a realidade. Dados revelam que o Brasil é o quinto país em ocorrência de feminicídios. A cada 24 horas, pelo menos cinco mulheres morrem pelo simples fato de ser mulher. Neste ano, há mais de 200 casos consumados, além de 137 tentativas notificadas.
O cenário expõe a situação de violência em que se vive, impondo reflexão - e ação. Assim, todos são convidados a lançar o holofote no movimento Uma Pérola, que servirá, como uma analogia, a voltar nossa atenção para essa lastimável realidade.
A pérola é produto da dor. É o resultado de um processo que se inicia com a entrada estranha de um parasita/grão de areia no interior de uma ostra. A fim de proteger a indefesa ostra, as células do nácar (substância do interior da concha) começam a trabalhar e cobrem o intruso com camadas. A pérola é, portanto, a ferida cicatrizada, a mulher curada, a realidade transformada.
Idealizado por Claudia Silber e Carla Golbert, consultoras empresariais em design estratégico e marketing, o movimento conecta pessoas e organizações e visa solidificar três pilares: a consciência, a educação e o engajamento. Para tanto, foi desenvolvida uma pulseira com uma pérola como símbolo do movimento. O adorno deverá gerar recursos que serão revertidos para apoio a eventos abertos ao público e ações de comunicação em empresas. Como se vê, ao engajar a sociedade nesta causa, mulheres reféns de relacionamentos abusivos adquirirão informação e força, e, consequentemente, poderão transformar sua realidade.
Assim como a ostra, ferida, produz uma linda pérola.
Hoje, dia 25/11, este artigo intenta relembrar a todos a velha máxima que preceitua que pequenas ações podem resultar em grandes movimentos, assim como pequenas reações podem produzir uma pérola. Todos nós podemos transformar a vida de mulheres reféns de relacionamentos abusivos. Não sejamos, pois, ostras vazias, pessoas sem empatia. Façamos parte deste movimento.
Advogada
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