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Opinião

- Publicada em 19 de Novembro de 2019 às 15:08

Respeito dentro e fora de campo

O esporte é uma ferramenta social capaz de transformar a vida das pessoas. No Brasil, são muitos os exemplos de crianças e jovens que encontram no futebol, por exemplo, sentido para lutar e vencer as dificuldades da vida.
O esporte é uma ferramenta social capaz de transformar a vida das pessoas. No Brasil, são muitos os exemplos de crianças e jovens que encontram no futebol, por exemplo, sentido para lutar e vencer as dificuldades da vida.
Marcado pela desigualdade de oportunidades, nosso país tem descoberto que existem goleadas piores que o 7x1 contra a Alemanha: o racismo e o preconceito que fazem com que 75,5% das vítimas de homicídio sejam negras, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
As lágrimas de Taison e Dentinho, diante das ofensas que ecoaram das arquibancadas do estádio do Metalist, no jogo entre Shakhtar Donestk e Dínamo Kiev, pelo Campeonato Ucraniano, trouxeram à luz uma realidade que precisa ser combatida no mundo.
Mas como condenar a atitude dos ucranianos se somos parte do problema? Essa ferida, que deveria ser apenas uma cicatriz para nos lembrar que já fomos uma nação escravocrata, parece cada dia estar mais aberta.
Apesar de todas as campanhas e iniciativas para combater a discriminação racial, inclusive no esporte, esse crime continua sendo cometido impunemente. “Olha a tua cor”, “isso é coisa de negro”, “macaco”. O que você faria se ouvisse algo parecido? Continuaria correndo atrás da bola como se nada estivesse acontecendo?
Não podemos mais tolerar que uma pessoa seja discriminada pela cor da sua pele e esse é o verdadeiro mal que devemos repudiar: a falta de empatia. Está mais do que na hora dos clubes, confederações e torcidas exercerem o verdadeiro fairplay: tolerância zero com quem pratica ou permite que esse tipo de agressão seja praticado.
De acordo com o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, o crime de injuria racial prevê multa e pena de reclusão de um a três anos. A sociedade espera que a punição seja exemplar para que fatos como esses não se repitam e para que possamos começar a descontruir as dinâmicas que reproduzem e perpetuam as diferenças.
Hoje não tem bola na rede. Não tem comemoração. Choramos com todos aqueles que, dia após dia, são vítimas dessa selvageria. Somos os únicos responsáveis por tornar o mundo um lugar mais seguro e salutar para se viver. Nos gramados ou longe deles, o respeito ao próximo é o verdadeiro título que precisamos conquistar.
Jornalista
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