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Opinião

- Publicada em 05 de Novembro de 2019 às 03:00

Choramos por ti, Argentina

E então o peronismo volta a triunfar, após a vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, em primeiro turno, nas urnas argentinas. Isso se deve em grande parte à fraca condução do atual presidente, Mauricio Macri, que demorou a aprovar importantes reformas e medidas em prol da recuperação econômica do país. Em 2015, Macri herdou uma Argentina com o futuro hipotecado: reservas internacionais eram quase inexistentes; uma disputa com os detentores de títulos havia fechado as portas aos mercados de crédito para a Argentina; a inflação estava em torno de 30%; e o déficit fiscal foi de 5,4% do PIB naquele ano, inflado por subsídios indiscriminados a consumidores e empresas amigas do governo Kirchner.
E então o peronismo volta a triunfar, após a vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, em primeiro turno, nas urnas argentinas. Isso se deve em grande parte à fraca condução do atual presidente, Mauricio Macri, que demorou a aprovar importantes reformas e medidas em prol da recuperação econômica do país. Em 2015, Macri herdou uma Argentina com o futuro hipotecado: reservas internacionais eram quase inexistentes; uma disputa com os detentores de títulos havia fechado as portas aos mercados de crédito para a Argentina; a inflação estava em torno de 30%; e o déficit fiscal foi de 5,4% do PIB naquele ano, inflado por subsídios indiscriminados a consumidores e empresas amigas do governo Kirchner.
A equipe de Macri agiu para desmontar os controles cambiais, desvalorizar o peso e negociar com os credores. Eles aumentaram as taxas de juros para impedir que a inflação ficasse fora de controle, o que levou a economia a uma breve recessão. Fora disso, agiram com cautela demasiada. Infelizmente, o gradualismo não é uma panaceia: muitos argentinos não conseguiram perceber os benefícios das tímidas ações do governo nestes últimos anos, tendo havido aumento na taxa de pobreza urbana, segundo estudos da Universidade Católica. Ainda que Macri reconheça que seu gradualismo não deu certo, nada mudará o fato de que a Argentina agora enfrentará uma involução com o retorno de representantes peronistas e kirchneristas ao governo federal. Aliado a Cristina Kirchner, a ex-presidente envolvida em escândalos de corrupção, o pró-Lula Livre Fernández colocará a Argentina novamente à esquerda, buscando medidas protecionistas e de maior atuação do Estado receita infalível para novos desastres.
A Argentina, o país que já teve o maior PIB per capita do mundo e foi um dos mais prósperos, na época em que a América Latina representava um atraso; o primeiro país do mundo a aniquilar o analfabetismo; um país que já apresentou baixíssimos índices de pobreza; é o país que agora retoma os caminhos da degradação política e social, ao reeleger representantes dos mesmos governos que foram responsáveis pelo início de sua decadência, há mais de meio século. Como todo Estado democrático, todos têm direito de criar as próprias opiniões, porém não os próprios fatos: a maioria do povo argentino deixa claro, mais uma vez, sua condição de Síndrome de Estocolmo intelectual. Choramos por ti, Argentina.
Associado do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)
 
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