Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 01 de Outubro de 2019 às 03:00

Sinais que salvam

Miki Breier
Habitualmente, às quartas-feiras pela manhã, desde o início do nosso governo, abro as portas da prefeitura de Cachoeirinha para a comunidade. Quem quiser, pode chegar que será recebido. O Gabinete da Gente da primeira semana do Setembro Amarelo, no entanto, foi especial. Por coincidência ou providência divina, recebi um cidadão em prantos. O homem, de aproximadamente 40 anos, me abraçou e logo em seguida caiu em lágrimas. "Estou com medo de mim", disse. Era um pedido de socorro.
Habitualmente, às quartas-feiras pela manhã, desde o início do nosso governo, abro as portas da prefeitura de Cachoeirinha para a comunidade. Quem quiser, pode chegar que será recebido. O Gabinete da Gente da primeira semana do Setembro Amarelo, no entanto, foi especial. Por coincidência ou providência divina, recebi um cidadão em prantos. O homem, de aproximadamente 40 anos, me abraçou e logo em seguida caiu em lágrimas. "Estou com medo de mim", disse. Era um pedido de socorro.
De pronto, o acolhemos e encaminhamos para atendimento e acompanhamento. Três dias depois nos reencontramos. E, para a minha felicidade, o choro e o abraço, desta vez, foram de alegria e agradecimento. Conto brevemente essa história para refletir e alertar. Hoje, assim como ele, 70% das pessoas que pensam em cometer suicídio emitem sinais. E, mais: 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados com alguma intervenção, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). É preciso, portanto, estar atento e agir.
As taxas de suicídio por crianças, entre 10 e 14 anos, e por adolescentes, na faixa dos 15 aos 19, aumentaram 40% e 33,5% respectivamente em todo o País. São números alarmantes para uma sociedade que perde, anualmente, 11 mil vidas para a depressão, para o bullying, para o alcoolismo e para tantos outros transtornos psiquiátricos e fatores anímicos. Infelizmente, o Rio Grande do Sul se insere, nesse contexto, entre os estados com o maior número de vítimas.
Hoje, diferentemente do que se pensava anos atrás, temos a convicção de que é preciso falar sobre o assunto. Há décadas, acreditava-se que tratar abertamente do tema estimulava e ampliava os riscos. Os conceitos mudaram e o diálogo tornou-se a principal válvula de alívio às angústias e às tensões daqueles que pensam em atentar contra a própria vida.
O grito de socorro daquele homem em desespero revelou-se em lágrimas. Por sorte, pudemos ajudá-lo. Mas, e quando este grito não é percebido? Os sinais precisam ser notados. Às vezes, a última esperança pode ser um simples abraço.
Prefeito de Cachoeirinha (PSB) e presidente da Granpal (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre)
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO