Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 30 de Setembro de 2019 às 03:00

Cooperação Sul-Sul e o papel da universidade

A pouco mais de um mês de sediar a cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) sob o tema "Cooperação em ciência e tecnologia", o governo brasileiro anuncia cortes no orçamento e reorganização institucional de universidades públicas em todo o País. Nadando contra a corrente estão iniciativas como a Winter School on the Global South (Escola de Inverno do Sul Global), coordenada pela professora Silvia Ferabolli da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs no início deste mês de setembro.
A pouco mais de um mês de sediar a cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) sob o tema "Cooperação em ciência e tecnologia", o governo brasileiro anuncia cortes no orçamento e reorganização institucional de universidades públicas em todo o País. Nadando contra a corrente estão iniciativas como a Winter School on the Global South (Escola de Inverno do Sul Global), coordenada pela professora Silvia Ferabolli da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs no início deste mês de setembro.
Discutir o Sul Global na teoria e na prática, construir uma rede de colaboração entre acadêmicos e destacar o papel da universidade pública em debates internacionais foram objetivos do evento, que contou com a colaboração do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Cambridge e reuniu professores e estudantes nacionais e internacionais em palestras, workshops, oficinas de escrita e atividades de confraternização.
Países como Índia e China também apontam novas formas de se pensar e agir no mundo a partir de uma perspectiva do Sul Global. Políticas públicas para o Ensino Superior estão no centro da estratégia desses países para uma inserção internacional maior e mais qualificada. Em 2016, o governo indiano lançou o programa Instituições de Eminência para capacitar 20 universidades públicas e privadas a se tornarem centros de pesquisa e de ensino de referência mundial, além de aumentar o acesso de indianos comuns à educação de alta qualidade.
Na China, o Ensino Superior tem papel de destaque na estratégia de crescimento econômico, progresso científico e desenvolvimento do país desde as reformas de Deng Xiaoping, em 1979. Décadas de políticas públicas e investimentos geraram resultados impressionantes: hoje, a China submete mais do que dobro de pedidos de patente que os Estados Unidos, é o segundo país com o maior número de publicações acadêmicas, e três de suas universidades figuram entre as 100 melhores do mundo.
O intercâmbio de experiências de desenvolvimento entre países que enfrentam desafios semelhantes pode inspirar soluções inovadoras, de mais baixo custo, e mais adaptadas à realidade local. É nesse sentido que deve seguir a cooperação intra-Brics e o Ensino Superior no Brasil.
Pesquisadora senior, Fudan University (China) e O.P. Jindal Global University (Índia)
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO