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Opinião

- Publicada em 03 de Setembro de 2019 às 03:00

Você tem 100 anos para esperar?

Gisele Uequed
Há alguns dias, li uma informação da ONU Mulheres que me deixou perplexa: se continuarmos agindo da forma que estamos e não tivermos iniciativas para diminuir a desigualdade entre os gêneros, as mulheres só irão conquistar a igualdade com os homens daqui a 100 anos (ou mais).
Há alguns dias, li uma informação da ONU Mulheres que me deixou perplexa: se continuarmos agindo da forma que estamos e não tivermos iniciativas para diminuir a desigualdade entre os gêneros, as mulheres só irão conquistar a igualdade com os homens daqui a 100 anos (ou mais).
Resultado de uma construção histórica e cultural, a desigualdade de gênero se manifesta de diferentes formas e em todos os âmbitos sociais. Não é novidade que no mercado de trabalho as mulheres ainda ganham, em média, 30% a menos do que os homens. A ocupação dos espaços de poder é outra faceta do problema. No Congresso Nacional, apenas 15% das 584 cadeiras são ocupadas por mulheres. Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, são nove mulheres para 55 vagas.
Além disso, ainda sofremos com a violência doméstica, sexual e moral, que são violações dos direitos humanos e questões de saúde pública. Especialistas estimam que a violência doméstica causa mais mortes às mulheres entre 15 e 44 anos do que o câncer ou acidentes de trânsito. Para mudar essa realidade, em Canoas, lançamos o Programa Por Mim, em parceria com o Poder Judiciário e com a iniciativa privada, que busca a ruptura do ciclo de violência a partir da autonomia financeira de vítimas de violência doméstica, oportunizando entrevistas de emprego e possibilitando o início de um ciclo de empoderamento dessas mulheres, com a reapropriação de suas vidas. É de suma importância pensar, de forma coletiva, em ações e políticas públicas que visem à proteção, à autonomia da mulher, à consolidação do empoderamento feminino e da justiça de gênero. Essa luta ganhou ainda mais destaque nesse último mês, com o Agosto Lilás, que visa à conscientização pelo fim da violência contra a mulher, pelo aniversário da Lei Maria da Penha, no dia 7 de agosto, e pelo Dia Internacional da Igualdade Feminina, comemorado dia 26. Mesmo o mês chegando ao fim, o assunto não se esgota e é preciso que estejamos cada vez mais engajados nessa causa.
Precisamos, de forma urgente, garantir estruturas e mecanismos sociais que possibilitem uma vida igualitária entre homens e mulheres. Como advogada, gestora pública e, principalmente, como mulher, comprometo-me a seguir com essa luta, construindo ações de acolhimento, de empoderamento, de garantia de direitos e de prevenção e combate à violência, pois a igualdade feminina não será conquistada de forma espontânea, mas sim com muita luta.
Você tem 100 anos para esperar? Eu não!
Advogada e vice-prefeita de Canoas (Rede)
 
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