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Opinião

- Publicada em 27 de Agosto de 2019 às 03:00

Entre vaias e protestos

Sebastião Melo
Quando Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, começou a falar na Climated Week para América Latina e Caribe, em Salvador, na última quarta-feira, as vaias e protestos tornaram quase impossível entender o que o representante do governo federal falava. Presente ao evento, comecei a observar o público, que estava visivelmente com reações de preocupação com o futuro.
Quando Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, começou a falar na Climated Week para América Latina e Caribe, em Salvador, na última quarta-feira, as vaias e protestos tornaram quase impossível entender o que o representante do governo federal falava. Presente ao evento, comecei a observar o público, que estava visivelmente com reações de preocupação com o futuro.
Com mais de 5 mil inscritos de 32 países - um recorde -, o evento, organizado pela agência de mudanças climáticas da ONU e diversos parceiros, entre ministros, secretários, formuladores de políticas públicas, pesquisadores e representantes da sociedade civil, focou na falta de continuação de políticas públicas para a área com as trocas de governos. Ao contrário do que muitos possam pensar, os debates não eram manifestações político-ideológicas, mas proposições bem construídas, baseadas em informações científicas e em dados dentro de metodologias internacionais.
E o que trouxeram essas informações? Que o Brasil passa a desconsiderar o Acordo de Paris, que a degradação da Amazônia cresceu em seis meses como nunca antes visto, que os agrotóxicos proibidos em vários locais do mundo são liberados aqui, que a perda do apoio internacional e o desdém a Alemanha e a Noruega prejudicam a imagem do País no exterior.
O fato é que as vaias e os protestos foram resultado da falta de uma política ambiental brasileira. E o Brasil, que vinha à frente das mudanças, agora perde para outros países latinos, que, ao invés de recuar, avançam a passos largos na diminuição da emissão de carbono e em outras práticas ambientais, como Chile e Costa Rica.
Fica evidente que o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental não são antagônicos. O futuro só será possível com o incentivo à energia limpa, investimento na energia eletrificada, diminuição do lixo, garantia de saneamento básico para todos e um forte aporte de recursos para garantir água limpa para a população. Não concordo com vaias, em qualquer situação, e por isso reprovo a atitude daqueles que as proferiram, mas, ao mesmo tempo, compactuo com todas as preocupações com o crescimento das emissões de carbono e com a falta de preocupação do governo federal com o meio ambiente.
Deputado estadual (MDB)
 
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