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Opinião

- Publicada em 22 de Maio de 2019 às 03:00

A crise que volta a pairar sobre a economia da Europa 

Diante dos problemas causados pela crise socioeconômica que colocou cerca de 13 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho formal, muitos analistas citam que o País tem que trabalhar muito para não ser uma nova Grécia. Pelo visto, pelos números e os dados econômicos, tudo indica que estamos próximos de termos um panorama negativo também neste ano.
Diante dos problemas causados pela crise socioeconômica que colocou cerca de 13 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho formal, muitos analistas citam que o País tem que trabalhar muito para não ser uma nova Grécia. Pelo visto, pelos números e os dados econômicos, tudo indica que estamos próximos de termos um panorama negativo também neste ano.
Em linha com os problemas da União Europeia (UE), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua projeção de crescimento global neste ano de 3,3% para 3,2%. Segundo relatório de perspectiva divulgado pela entidade sediada em Paris, a incerteza no comércio influencia negativamente o quadro.
Para 2020, a expectativa é de avanço maior no crescimento, de 3,4%, patamar mantido em relação à projeção anterior. Segundo ainda a OCDE, com as tensões comerciais, existe incerteza e piora na confiança, o que penaliza os investimentos. Entre os principais riscos a entidade cita justamente a chance de um período prolongado de tarifas mais altas entre Estados Unidos e China; novas barreiras comerciais entre Estados Unidos e União Europeia; uma desaceleração mais forte da economia chinesa; crescimento contido na Europa; e vulnerabilidades financeiras por causa do alto endividamento.
No caso dos Estados Unidos, a OCDE projeta crescimento de 2,8% neste ano, acima dos 2,6% previstos anteriormente. Para 2020, a expectativa subiu de alta de 2,2% para 2,3%. Para a China, as projeções de crescimento foram mantidas, em 6,2% em 2019 e 6,0% em 2020.
No caso do Brasil, a OCDE espera crescimento de 1,4% em 2019 e de 2,3% em 2020. Mas, na Grécia como aqui, a juventude é a que mais tem angústia e ansiedade em relação ao seu próprio futuro como um emprego formal e possibilidades de crescimento laboral. Tanto é assim que a nova geração grega só se sente em parte europeia em um país onde o salário-mínimo é de € 650 brutos, ou cerca de R$ 3 mil, cerca de três vezes maior que o do Brasil, mas o desemprego entre os jovens beira os 40%.
A situação da juventude grega leva os jovens a culparem os demais países europeus como os responsáveis, pois muitos, como aqui, têm curso superior, mas não conseguem uma colocação que os permita se sustentarem. Mas uma exigência é a formação profissional muito boa para quem quer se estabelecer em outro país.
Nos EUA, hoje, apenas 12% dos imigrantes que obtêm a residência o são por qualificação profissional, enquanto no Canadá esta razão é de 63%, Nova Zelândia 67%, Austrália 68% e no Japão 52%. Em contrapartida ao sentimento de culpa dos demais europeus pela situação econômica grega, milhares de jovens gregos estão saindo do seu país em busca de oportunidades na Inglaterra e na Alemanha, principalmente.
Para eles, o resto da Europa lhes oferece perspectivas profissionais que são raras em seu país. Segundo dados da OCDE, 39,9% dos jovens ativos gregos entre 15 e 24 anos estavam desempregados em 2018, enquanto a média para o conjunto dos países da União Europeia se situava em 15,2%. Sem dúvida, uma razão para que os jovens gregos decidam ir embora.
Esta relação ambivalente com a Europa é reincidente na sociedade grega, onde apenas 54% da população considera que a Grécia seja beneficiada por pertencer à UE. Ora, com as brigas comerciais entre a China e os Estados Unidos e o emperramento das reformas tão faladas, mas postergadas aqui no Brasil, é fundamental que se apressem medidas para que a crise não seja ainda mais profunda entre nós. E aqui, como na Grécia, serão os jovens os mais prejudicados.
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