Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 06 de Maio de 2019 às 03:00

O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

Se existe um assunto que perpassa duas décadas sem qualquer solução e que levanta suspeitas - fundamentadas - de que interesses subalternos impedem a sua concretização, é o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE).
Se existe um assunto que perpassa duas décadas sem qualquer solução e que levanta suspeitas - fundamentadas - de que interesses subalternos impedem a sua concretização, é o acordo comercial entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE).
Porém, parece que agora surge uma possibilidade concreta para a formalização do tratado. É que os governos do Brasil e da Alemanha avaliam, condicionalmente e se tudo der certo, que o Mercosul e a UE estão na reta final para fechar um acordo comercial. Isso é o que declarou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A afirmação foi feita logo após reunião com o ministro das Relações Externas da Alemanha, Heiko Mass, no Itamaraty, para uma conversa sobre agenda comercial e a situação da Venezuela. Nosso chanceler avaliou que há uma visão de que estamos, ainda se tudo der certo, na reta final da negociação, que nos trará benefícios. Ainda bem, embora deva ser dada a ressalva que outros e anteriores pronunciamentos, neste mesmo tom otimista, não tiveram resultados.
Brasil e Alemanha são as maiores economias dos respectivos blocos. De acordo com Araújo, os dois países têm grande responsabilidade e forte interesse na finalização do acordo, em outro pensamento repetitivo na mesma questão. Agora, o representante alemão também destacou a expectativa de que, finalmente, a negociação será concluída.
Mesmo assim e com o antagonismo dos agropecuaristas de alguns países europeus, felizmente o Brasil abriu um bom mercado e está exportando muito frango congelado para Índia, uma alvissareira notícia.
Em consonância, a balança comercial do País está positiva até abril em algo como US$ 16 bilhões, com previsão de que atinja, neste 2019, US$ 50 bilhões, valor próximo do alcançado no ano passado, embora com pequena queda, caso a cifra seja confirmada no final do ano. Com a globalização, a ascensão da China como potência econômica comercial e financeira logo atrás dos Estados Unidos, é hora mesmo de o Brasil se lançar a novos acordos e, caso esta promessa com a União Europeia não se concretize até dezembro deste ano, que encerre as negociações.
Quando criticam tantos os norte-americanos, principalmente agora com Donald Trump e seu pragmatismo comercial em prol dos interesses do seu país, não se pode esquecer que os europeus, mesmo não sendo tão ríspidos como o atual líder da Casa Branca, também praticam protecionismo.
Caso contrário, o acordo com o Mercosul não estaria sendo debatido há incríveis 20 anos, tempo grotesco para atingir tal desiderato em que as duas partes têm interesses claros e que podem ser conciliados com tarifas e quantidades sobre os produtos trocados.
Pois como tanto os norte-americanos quanto os europeus tratam de interesses - para eles países não têm amizades, mas interesses -, é chegada a hora de o Brasil e seus parceiros do Mercosul fazerem o mesmo. Buscar investimentos e quantos empregos vão gerar para saciar, minimamente que seja, a ânsia dos 13 milhões de desocupados que perambulam pelo País afora em uma busca de uma colocação formal.
Que venha então a ser concretizada a mais nova promessa de acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O tempo urge e a crise continua, agora também chegando no Velho Mundo. Ainda que mais lentamente do que no Brasil e na Argentina, especialmente aqui no nosso vizinho.
Até agora muita conversa embromatória e pouca ou nenhuma atitude concreta.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO