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Opinião

- Publicada em 30 de Abril de 2019 às 03:00

O extremos na política e o pragmatismo do eleitor

A vitória, na Espanha, foi de um candidato com viés socialista, mas sem conseguir maioria parlamentar, necessária para comandar o país. O pleito também foi marcado pela eleição de parlamentares da extrema direita.
A vitória, na Espanha, foi de um candidato com viés socialista, mas sem conseguir maioria parlamentar, necessária para comandar o país. O pleito também foi marcado pela eleição de parlamentares da extrema direita.
Agora, o populista partido Vox conquistou 24 assentos, significando que, pela primeira vez desde 1982, os extremistas de direita estão de volta ao Congresso espanhol.
A partir da Espanha, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta são os únicos países-membros da União Europeia sem presença ultradireitista em seus parlamentos nacionais.
Seja na Europa como, mais ainda, na América do Sul e no rastro do fenômeno Donald Trump, nos Estados Unidos, para as populações em geral o que interessa é uma economia forte e gerando empregos, a principal aspiração.
O eleitorado, em muitos países, Brasil incluído, é pragmático. E cansou de modelos sem resultados, com a falta de soluções para os problemas socioeconômicos que afligiam estes países, casos recentes da Hungria e Turquia.
No entanto, cientistas políticos que estudam o fenômeno populista e hoje direitista, lembram que não há nenhuma diferença entre os modelos e possíveis danos à democracia causados por populistas de esquerda e de direita. O caso da Venezuela é citado como exemplo do populismo esquerdista fracassado, com Hugo Chávez e Nicolás Maduro.
Casos de corrupção em governos seriam outra das causas para a alta do populismo de direita, no rastro de governos ditos esquerdistas fracassados. Além disso, a corrupção mina a fé que as pessoas possam ter no sistema democrático. Ela torna muito mais provável que elas queiram destruir o status quo.
E também há evidências de que o momento em que os esquemas corruptos vêm a público criam grandes oportunidades para populistas.
No caso do Brasil, os magistrados que descobriram esquemas massivos de corrupção se inspiraram na investigação Mani Pulite (Mãos Limpas), na Itália. E eles estavam certos, pois ambas as investigações tiveram sucesso.
Mas na Itália, após a Mani Pulite, Silvio Berlusconi chegou ao poder. De início com a promessa de combater a corrupção, mas, no fim das contas, a aprofundando.
Há alguns casos em que políticos são atraídos para um comportamento mais populista, de forma oportunista. Talvez o melhor exemplo seja o de políticos que estão sob investigação da Justiça.
Vários países passaram por fenômenos parecidos. E em cada um desses lugares, as pessoas tendem a explicar o que está acontecendo em termos do seu próprio sistema político, ou do discurso de cada um desses personagens.
Há muita frustração das pessoas com o desempenho econômico e a corrupção, mais mudanças demográficas e culturais na sociedade, além da popularidade das redes sociais.
A rigor, sendo obtido este desiderato, talvez o viés do governo não interesse muito, mesmo que, nos anos recentes, o apelo centro-esquerdista tenha perdido muito do seu charme que atingiu o ápice nos anos 60 do século passado.
Uma economia sólida, com fortes investimentos em educação, saúde, segurança, emprego, habitação e infraestrutura é a maior aspiração das populações de todos os países, o Brasil incluído, como sabemos.
 
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