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Opinião

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Após o Carnaval, os problemas de sempre em dobro

Tudo neste bendito País começa depois do Carnaval. Neste caso, vox Populi, voz Dei. Ainda mais que o famoso tríduo momesco será no início de março, então teremos um fevereiro espichado. Todos os anos acontece o represamento dos problemas que requerem solução urgente para depois do Carnaval. A rigor, é até mais, já que à Quarta-Feira de Cinzas sucede mais meia semana de ócio. O ano da graça de 2019 só começa mesmo no dia 11 de março. Então abrem-se as comportas da pressa.
Tudo neste bendito País começa depois do Carnaval. Neste caso, vox Populi, voz Dei. Ainda mais que o famoso tríduo momesco será no início de março, então teremos um fevereiro espichado. Todos os anos acontece o represamento dos problemas que requerem solução urgente para depois do Carnaval. A rigor, é até mais, já que à Quarta-Feira de Cinzas sucede mais meia semana de ócio. O ano da graça de 2019 só começa mesmo no dia 11 de março. Então abrem-se as comportas da pressa.
Um ano como este que escorre tem novidades em relação aos anteriores porque é o período de início dos governos federal e estaduais. Não é exagero afirmar que os problemas se multiplicam. Mas há um porém - e sempre tem um -, tanto Jair Bolsonaro (PSL) quanto Eduardo Leite (PSDB) têm que pegar não só um, mas vários piões nas unhas. Do lado de cima temos as reformas necessárias, a começar pela Previdência, mas não só ela. Esperam na fila várias outras, a política entre elas, mas sobretudo a que achamos tão ou até mais fundamental que a da Previdência: a reforma administrativa.
Todos sabemos que a máquina pública gasta muito e oferece pouco aos contribuintes. Há ilhas de excelência, é verdade, mas é conhecida a baixa produtividade do setor público, e esta é uma chaga que requer longo tratamento e algumas cirurgias pontuais. Não se muda a cultura arraigada de benesses encharcadas no molho do jeitinho brasileiro, ou, pior ainda, o também conhecido individualismo tupiniquim: eu primeiro, o resto que se estrepe. Para piorar temos outras ilhas, estas nada excelentes, como o acúmulo de penduricalhos e os salários que ultrapassam, com folga, a barreira do bom senso. Sem esta reforma, o Brasil continuará atolado no brejo da ineficiência e da burocracia.
Do lado de cá, não menos espinhenta é a estrada que Leite precisa trilhar. Não é uma autoestrada, nem mesmo de pista dupla e nem mesmo asfaltada. É uma estrada de chão batido cheia de buracos traiçoeiros, sem sinalização e com tantos desvios que ele correrá o risco de, ao fim e ao cabo, topar com um beco sem saída. Pelo passado administrativo do jovem governador, sabe-se que ele tem espírito intimorato, é um não vacilante e plenamente consciente da árdua jornada que o espera, tantos são os desdobramentos, sejam políticos ou até mesmo buracos profundos de má fé.
Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa. Poderíamos acrescentar que governar é muito perigoso. Poucas são as glórias e os reconhecimentos e numerosos são os percalços. Também temos os mesmos problemas previdenciários, e dada a situação da dívida gaúcha, mais dia menos dia um muro sólido surgirá bem à frente. Antes desse trágico desfecho, Leite precisa muito mais que habilidade e jogo de cintura, precisa do apoio da sociedade e de seus entes públicos e privados.
Mas sempre há um porém. Tanto na esfera federal quanto na estadual, o Executivo nada pode fazer se os outros poderes não abraçarem a causa do bem estar comum. É conhecido o poder das corporações e esta é, sem dúvida, uma chaga que asfixia o País como um todo. É um reflexo do individualismo brasileiro, que dificilmente consegue entender a expressão "pegar juntos". Ao longo do tempo o Poder Legislativo raramente abraça uma causa comum e declina da ideologia ou de prioridades partidárias, isso quando não cede às pressões das famosas galerias, por pequenas que sejam. É incrível como a menor pressão consegue influenciar o voto dos parlamentares. Este será o maior desafio. Ou isso, ou o desastre.
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