Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 03 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Dicionário da esperteza

Nossos bravos políticos, apoiados pela mídia, pelo Judiciário e pela polícia, são tão pródigos na interpretação das palavras e na criação de expressões que poderiam editar um novo dicionário. Na falta de coragem (ou devido a alguma negociação inconfessável) de levar adiante determinado projeto, políticos decidem "desassinar" algum documento. O crime de caixa-2 é apenas "recurso não contabilizado", e o aumento de impostos transforma-se em "revisão da matriz tributária". Acordos político-partidários nada saudáveis se justificam pela "necessidade de manter a governabilidade".
Nossos bravos políticos, apoiados pela mídia, pelo Judiciário e pela polícia, são tão pródigos na interpretação das palavras e na criação de expressões que poderiam editar um novo dicionário. Na falta de coragem (ou devido a alguma negociação inconfessável) de levar adiante determinado projeto, políticos decidem "desassinar" algum documento. O crime de caixa-2 é apenas "recurso não contabilizado", e o aumento de impostos transforma-se em "revisão da matriz tributária". Acordos político-partidários nada saudáveis se justificam pela "necessidade de manter a governabilidade".
E empreendedor corrupto vira "empresário da contravenção". Graças a uma "presidenta" defenestrada, grossa corrupção é, apenas, um quase inocente "malfeito". No Judiciário, temos "crime de baixo potencial agressivo", "prisão domiciliar" e criminoso precoce, mesmo que violento, é tão somente um "menor infrator".
Na crônica policial, não se morre, "vai-se a óbito". Socialmente, marginal sem residência fixa é "morador de rua", como se rua fosse moradia. A mídia, quando o suspeito ou criminoso é de colarinho branco, amigo da casa ou anunciante, apela para o termo "suposto". E, agora, quando vem a público a prática secular e generalizada nos legislativos brasileiros, em que os parlamentares exigem a divisão dos ganhos dos FGs nomeados por eles - afinal, para que servem estes "aspones" (caros e improdutivos) se não é só para isso mesmo? -, ganha a expressão - asséptica - de "movimentação financeira atípica".
Jornalista
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO