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Opinião

- Publicada em 29 de Janeiro de 2019 às 01:00

Literatura é um bom negócio

O mercado editorial está acompanhando o destino do fonográfico, no qual a gravadora perdeu poder, o artista ganhou independência, e a música não acabou. Assistimos algo parecido na indústria do audiovisual, quando também ocorreu a descentralização do poder comercial de produção e distribuição, e praticamente a extinção das locadoras de filmes. Os produtos se transformaram em serviços e migraram, assim como o dinheiro, para a nuvem. Spotify e Netflix são dois bons exemplos de empresas que surgiram nessa transição do off para o on-line.
O mercado editorial está acompanhando o destino do fonográfico, no qual a gravadora perdeu poder, o artista ganhou independência, e a música não acabou. Assistimos algo parecido na indústria do audiovisual, quando também ocorreu a descentralização do poder comercial de produção e distribuição, e praticamente a extinção das locadoras de filmes. Os produtos se transformaram em serviços e migraram, assim como o dinheiro, para a nuvem. Spotify e Netflix são dois bons exemplos de empresas que surgiram nessa transição do off para o on-line.
O faturamento dos artistas com downloads, em 2018, superaram as vendas de discos, perdendo apenas para shows. E, no cinema, revela pesquisa da Ampere Analysis, publicada pela revista The Hollywood Reporter, o streaming deve ultrapassar o faturamento das bilheterias em todo o mundo ainda neste ano. Embora tímido na literatura, o crescimento do mercado digital também impressiona, e não são os e-books que chamam a atenção. Representando apenas 1,9% do faturamento do setor brasileiro, conforme pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), e 27% no mercado norte-americano, segundo a Association of American Publishers (AAP), os livros digitais não estão sozinhos nessa prateleira virtual.
Com crescente participação na receita desde 2016, os audiolivros chegaram à marca de US$ 2 bilhões nos Estados Unidos, movimentando uma indústria bastante conservadora e ganhando destaque nas últimas edições das feiras do livro de Londres e Frankfurt. Esses números, que conseguiram a atenção da Amazon e da Google, empresas de distribuição de conteúdo digital, estão fazendo grandes editoras brasileiras ampliarem seus catálogos on-line. Mesmo que pairem dúvidas sobre a hegemonia dos óculos ou dos fones de ouvido, resta a certeza de que a literatura também continua sendo um bom negócio.
Professor e escritor
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