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Opinião

- Publicada em 24 de Janeiro de 2019 às 01:00

O adoecimento de uma nação

Uma das partes mais divertidas de colocar a mochila nas costas e sair acampar é não prever tudo. Claro que algum planejamento é fundamental. Todavia, exceto pelo parágrafo introdutório, o texto é costurado a partir da sorte e dos percalços no caminho. Com esse espírito, fui recentemente à cidade de Derrubadas para conhecer o Salto do Yucumã.
Uma das partes mais divertidas de colocar a mochila nas costas e sair acampar é não prever tudo. Claro que algum planejamento é fundamental. Todavia, exceto pelo parágrafo introdutório, o texto é costurado a partir da sorte e dos percalços no caminho. Com esse espírito, fui recentemente à cidade de Derrubadas para conhecer o Salto do Yucumã.
Na impossibilidade de ir direto ao destino, comprei passagem para Tenente Portela. Chegando lá, na manhã de sábado, descobri que não havia, nos fins de semana, linha de ônibus entre os dois locais.
Resolvi percorrer os quase 20km a pé. Devidamente instalado na área de camping, procurei o centro de visitantes, que estava fechado. No dia seguinte, no Parque Estadual do Turvo, tive de esperar do lado de fora para conseguir carona com algum turista, caso contrário não seria permitida minha entrada. Felizmente, contei com a boa vontade de pessoas que se disponibilizam a ajudar - algo que também ocorreu dois anos atrás, quando fui para Cambará do Sul e Praia Grande. Naquela ocasião, aliás, o Parque Nacional de Aparados da Serra só estava aberto por causa da mobilização da população.
Esses dois passeios, além de outros que fiz, demonstraram que nossas riquezas naturais são negligenciadas de diferentes maneiras, sendo que o poder público não enxerga todo o potencial existente.Ao invés de preservar, busca-se a destruição. Não que pudéssemos esperar algo diferente de uma sociedade que trata professor como criminoso, cultura como algo supérfluo e a natureza como mera matéria-prima para exploração. Ignora-se, todavia, o anticapitalismo existente no culto à ignorância, na repressão, no descaso com a terra. A qualidade do que é produzido invariavelmente é afetada em um mundo de hostilidades. Talvez seja isso, entretanto, o que as pessoas tanto buscam. Um inferno na Terra para justificar a guerra contra demônios imaginários. O problema nisso tudo é que a arma está, em verdade, apontada para quem não trava batalha alguma.
Jornalista
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