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Opinião

- Publicada em 21 de Janeiro de 2019 às 01:00

Colônia africana e Cidade Baixa

A colônia africana e o Areal da Baronesa, incluindo a grande Cidade Baixa boêmia, constituem bens culturais imateriais que comparo ao Museu do Louvre pela importância. Os desfiles espontâneos dos blocos carnavalescos, mesmo com maioria de não negros, buscam, como rios desviados de seus cursos, retornar à nascente. Raiz. Quaisquer motivos que tentem impedir estas manifestações populares são crimes comparados à lesa pátria cultural.
A colônia africana e o Areal da Baronesa, incluindo a grande Cidade Baixa boêmia, constituem bens culturais imateriais que comparo ao Museu do Louvre pela importância. Os desfiles espontâneos dos blocos carnavalescos, mesmo com maioria de não negros, buscam, como rios desviados de seus cursos, retornar à nascente. Raiz. Quaisquer motivos que tentem impedir estas manifestações populares são crimes comparados à lesa pátria cultural.
Lá assisti, tardes noites, cujo "fornoalegre" faziam pessoas de bem, do alto de suas sacadas, jogarem água para amenizar as massas daqueles colares humanos, coloridos e alegres. Chamei isto de cenário democrata, em meu livro Degraus da vida - na crônica Pingos de Amor, pois no crepúsculo pareciam gotas douradas abençoadas do céu. Disse alhures o poeta-compositor Dorival Caymmi "quem não gosta de samba, bom sujeito não é/tá ruim da cabeça/ou doente do pé. Aduzo mais, o todo está doente, e quer contaminar mais gente pobre de espírito como ele. No juízo final" a luta do bem e do mal/quero ter olhos pra ver/a maldade desaparecer (Nelson Cavaquinho). A Bíblia diz: "alia-te aos maus e serás o pior deles; alia-te aos bons e será um deles". Os blocos e cordões preteritamente surgiram com elementos de batuques do candomblé e cortejos religiosos como o da Senhora do Rosário e o dos afoxés.
Segundo o historiador Luiz Antônio Simas, coautor do livro Pra Tudo Começar na Quinta-Feira - o enredo dos enredos, o surgimento das escolas coincide com a luta dos negros por aceitação na sociedade urbana, ao mesmo tempo em que o Estado tentava disciplinar as manifestações culturais dos descendentes de pessoas escravizadas. As escolas de samba aparecem, nesse contexto, como uma solução negociada para o conflito. As escolas de samba eram consideradas variações dos blocos até o jornal Mundo Esportivo, de Mário Filho, promover, em 1932, o primeiro desfile das agremiações, na Praça 11 no RJ, no qual participaram 19 grupos.
Escritor
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