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Opinião

- Publicada em 17 de Setembro de 2018 às 01:00

Por tudo que está aí

A cada dois anos, a palavra renovação invade os rádios, jornais, televisões e internet; do liberal ao estatista, do "de direita" ao "de esquerda", o clamor é uníssono: "mudar tudo que está aí". Implícito neste pedido está a ideia, falsa, de que tudo que está aí está errado, de que todos que nos governam Brasil afora não passam de incompetentes, inimigos do povo.
A cada dois anos, a palavra renovação invade os rádios, jornais, televisões e internet; do liberal ao estatista, do "de direita" ao "de esquerda", o clamor é uníssono: "mudar tudo que está aí". Implícito neste pedido está a ideia, falsa, de que tudo que está aí está errado, de que todos que nos governam Brasil afora não passam de incompetentes, inimigos do povo.
No entanto, quando o candidato é enfim eleito mandatário, a verdade se lhe revela mais árdua, mas não tardará a sua vez de ser descartado pelo mesmo povo que, em euforia, o elegeu. Em 2010, Tiririca seria eleito sob a premissa de que "pior do que tá, não fica", mas podemos dizer que, desde lá, as coisas melhoraram? Instabilidade política, esquemas de corrupção, conluios partidários, crise e desemprego...
As coisas podem sim ficar piores, sempre. O que, por exemplo, a próspera Argentina de 1920, sexta maior economia do mundo à época, a Venezuela da década de 50, com o maior PIB per capita da América Latina e a Cuba pré-revolução têm em comum?
Todos tinham uma falsa crença de que as coisas iam muito mal, quando, de fato, não era bem assim; e bravejos de renovação eram proferidos contra líderes que faziam o possível pelo bem dos que lhes expurgavam; e não faltavam, como nunca faltam, homens oportunistas para surfarem na onda do pessimismo.
Administrar não é fácil, só o acha quem não administra, quem não tem compromisso algum para com a execução de suas promessas. É urgente que percebamos que as coisas podem piorar muito, sempre, e agradecer e trabalhar para, no mínimo, mantermos o que está aí. O Brasil pode até ser um país com profundos problemas sociais, econômicos e culturais, mas é também um país livre, democrático, que desconhece a guerra, com uma Constituição e programas sociais invejáveis, instituições públicas maduras e com muito potencial. Portanto, pense melhor antes de criticar "todos os políticos", ou de culpar nosso sistema eleitoral. Você pode estar pedindo renovações que, na verdade, não quer.
Estudante de Direito
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