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Opinião

- Publicada em 05 de Setembro de 2018 às 01:00

Incêndio no Museu Nacional e o desprezo pela História

Conhecer a História é importante. Quem não a conhece, especialmente a do seu próprio país, estado ou mesmo cidade, poderá repetir erros em diversas áreas. Pois agora temos a lamentar o incêndio que destruiu o acervo do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, no domingo passado. O Museu Nacional foi fundado por D. João VI em 1818 e tinha 20 milhões de peças. Também era um espaço de produção e exposição de ciência.
Conhecer a História é importante. Quem não a conhece, especialmente a do seu próprio país, estado ou mesmo cidade, poderá repetir erros em diversas áreas. Pois agora temos a lamentar o incêndio que destruiu o acervo do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, no domingo passado. O Museu Nacional foi fundado por D. João VI em 1818 e tinha 20 milhões de peças. Também era um espaço de produção e exposição de ciência.
A perda de itens doados por dignitários estrangeiros durante o Brasil Imperial trará uma lacuna no entendimento de uma relação entre o Brasil e outros povos. Havia relíquias da Grécia, Roma e do Egito por meio de aquisições feitas pela família real. D. Pedro I comprava múmias de mercadores para sua coleção particular. Dom Pedro II foi ao Egito para adquirir mais exemplares de múmias. A imperatriz Teresa Cristina contribuiu com a exposição da Grécia e Roma ao ter expostos os vasos etruscos que tinha comprado.
Porém, o fato é que o Museu Nacional atingiu o seu bicentenário em um quase total desleixo. Tinha goteiras, infiltrações, salas vazias e problemas nas instalações elétricas. De acordo com pesquisadores, tratava-se de uma tragédia anunciada. Infelizmente, o anunciado foi concretizado e pouco, ou nada, poderá fazer retornar o que foi perdido. O Brasil continua desprezando a sua História e, vez que outra, a repete da pior maneira possível. Tanto é verdade que o Museu Nacional registrou 192 mil visitantes em 2017 enquanto, no mesmo período, 289 mil brasileiros passaram pelo Louvre, em Paris, na França, uma das principais instituições de arte do mundo.
Que a destruição do Museu Nacional sirva de alerta a outros que temos, inclusive aqui em Porto Alegre e cidades gaúchas, incluindo-se aí especialmente Pelotas, que tem um grande acervo de prédios históricos, como o agora desleixado Theatro Sete de Abril, de 1834, com muita prevenção e manutenção. Geralmente, eles, os museus, estão também em prédios históricos, como o Júlio de Castilhos, na Duque de Caxias, na Capital. Também temos a Biblioteca Pública, na Riachuelo, esquina da General Câmara.
Vale lembrar que o então Tribunal de Justiça, ao lado do Theatro São Pedro, construído em 1870, foi destruído por incêndio. O sinistro ocorreu em 19 de novembro de 1949, um sábado, incinerando milhares de processos, muitos da área criminal, inventários e partilhas de bens e cuja causa que nunca foi esclarecida. Menos de dois meses após, também foi destruída por incêndio a Repartição Central de Polícia, na esquina da Marechal Floriano com a Duque de Caxias. Perderam-se 600 mil fichas de identificação e 300 mil prontuários. Finalmente, fundado em 23 de março de 1900 com o nome de Gymnasio do Rio Grande do Sul, situado na Sarmento Leite, o atual Colégio Estadual Júlio de Castilhos - Julinho - funcionava no térreo do edifício-sede da Escola de Engenharia. Em 1907 foi entregue, bem próximo, o novo prédio, com um bloco central, com outros dois ao lado. O do meio era iluminado minutos antes das 20h, dando todos os dias a hora certa à população da Capital. A partir de 11 de agosto de 1942 passou a se chamar Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Mas, no dia 15 de novembro de 1951 um incêndio, igualmente de causas desconhecidas, destruiu a instituição. Sobraram apenas dois grifos-leões, que foram salvos por alunos, professores e populares, que até hoje estão no saguão do prédio atual da escola.
Vamos, então, prevenir, para não chorar perdas tão significativas, como a do Museu Nacional, algo lamentado em todo o mundo, não apenas no Brasil.
 
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