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Opinião

- Publicada em 24 de Agosto de 2018 às 01:00

O tempo. Sim, o tempo!

1. Tia Mimosa, com seu olhar arguto sob o pince-nez, sentenciava: "Existe uma coisa que nos envelhece muito: o tempo". Guardo comigo a benevolente convicção de que o tempo não existe. Existem apenas as estações em rodízio. O tempo, tal o percebemos, seria uma invenção dos relógios, uma alucinação dos calendários.
1. Tia Mimosa, com seu olhar arguto sob o pince-nez, sentenciava: "Existe uma coisa que nos envelhece muito: o tempo". Guardo comigo a benevolente convicção de que o tempo não existe. Existem apenas as estações em rodízio. O tempo, tal o percebemos, seria uma invenção dos relógios, uma alucinação dos calendários.
2. Sim, envelhecemos. "Velho é quem tem um ano mais do que a gente", assim queria o lírico e gracioso poeta Quintana. A vida humana esticou, dobrou seu curso. Os faraós duravam 30 anos. Nos anos 1930, o brasileiro dava os trâmites por findos na casa dos 40 anos. Vivemos mais. Para muitas pessoas o tempo é uma cadela louca mordendo nosso calcanhar.
3. Quando envelhecemos? O dia no qual as esperanças couberem em uma pochete, e as lembranças saltarem para fora da carroça, envelhecemos. Equilibrados os pratos, memórias e sonhos, estamos lépidos e faceiros. Convém constatar que a dispensabilidade humana hoje, mais do que nunca, corre sem freios. Os jovens de hoje, detentores das confidências eletrônicas, segredos da informática, contemplam os senhores grisalhos como se fossem passageiros da Arca de Noé. Espécimes de antiquário.
4. Na Índia, manadas de cavalos selvagens deixam as pradarias secas em busca da verde primavera, em longínquas paragens. Os cavalos velhos são corridos à coices da tropa para que não se incorporem à excursão no longo trajeto de percurso. Será, no mínimo, deselegante aproximar o destino dos cavalos indianos à descartabilidade humana em nossos tempos. Porém, descabido não me parece antepor essas realidades.
5. O tempo, ora é parceiro, ora é adversário. A vida, às vezes, parece feita de momento sublimes emoldurados em chatices quotidianas. A arte, o amor, os bons vinhos e um saldo positivo no banco são recomendáveis. Não permita que o desassossego político nacional e o latir do cachorro do vizinho perturbem sua paz.
Escritor e Publicitário
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