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Opinião

- Publicada em 27 de Julho de 2018 às 01:00

Guerra comercial prejudicará os países do Brics

 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem alguns vieses não muito de acordo com o bom senso. Mesmo assim, na base das frases fortes e até mesmo ameaças, vem conseguindo a reversão do quadro comercial em favor do seu país com os maiores parceiros.
 O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem alguns vieses não muito de acordo com o bom senso. Mesmo assim, na base das frases fortes e até mesmo ameaças, vem conseguindo a reversão do quadro comercial em favor do seu país com os maiores parceiros.
A China tem sido o alvo preferido, mas nem a sempre aliada União Europeia (UE) escapou das ameaças de retaliações. Trump não aceita mais que os EUA tenham déficits comerciais gigantescos com outros países ou blocos.
Sobrou também para o México, e ao também mais do que aliado Canadá. Até mesmo a poderosa União Europeia já se comprometeu a comprar mais soja dos EUA, prejudicando o Brasil.
Mas, o que interessa, após Trump ameaçar deixar todos os acordos assinados mundo afora pelos presidentes que o antecederam, caso ocorra mesmo uma guerra comercial, é o que será do Brasil, entre outros países com menor potencial de barganha nas trocas. Nela, blocos e países sairiam taxando, mutuamente, tudo o que compram dos Estados Unidos e, por parte dos estadunidenses, da China da União Europeia dos países do Pacífico.
Mas, afastando-se do poderio unilateral dos Estados Unidos, foi criado o bloco com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics. A agremiação dos países surgiu no esteio da crise financeira internacional de 2008, com o objetivo de aumentar atuação e o poder de voto dos países emergentes em organismos multilaterais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A associação tinha o objetivo principal de reformar as instituições de governança financeira globais. Segundo especialistas, em vez daquela agenda, os países adotaram a defesa do comércio multilateral e avançaram na criação do Novo Banco do Desenvolvimento, chamado Banco do Brics, que terá escritório regional em São Paulo após decisão na reunião de cúpula.
Mesmo não sendo um bloco a reboque da China, existe uma desigualdade das economias que limita o potencial de comercialização entre os parceiros. A pauta de exportação do Brasil, por exemplo, se destaca pelo predomínio de produtos de menor valor agregado como carne, soja e minério de ferro.
Agora, na 10ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo, na África do Sul, avaliam analistas que a incerteza eleitoral torna difícil que o Brasil assuma posições definitivas na disputa entre a China e os EUA. Mas o presidente Michel Temer pediu ao presidente chinês Xi Jinping que retire a sobretaxa sobre exportações brasileiras de carne de frango e açúcar no país. Temer também apelou ao chinês para que abra o mercado a produtos derivados de soja processados, como óleo e farelo.
De janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou US$ 33,1 bilhões para Rússia, Índia, China e África do Sul. Um crescimento de 5,4% em relação ao mesmo período de 2017, com US$ 31,4 bilhões, um bom superávit comercial. Por isso, segundo analistas de mercado, os países da América Latina enfrentam uma agenda de reformas estruturais que segue pendente, caso do Brasil. No entanto, a região passa por um momento de recuperação econômica, com a ajuda também do quadro global.
Nas matérias-primas, ocorreu uma recuperação desde a fraqueza de anos recentes, mas os países latino-americanos não devem esperar que os preços se recuperem para os níveis mais fortes dos anos 2000. Resta, então, esperar os resultados que os países do Brics acertarão após este encontro. Mas o Brasil não pode esperar muito.
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