Vamos incentivar atitudes para qualificar nossa educação

Ricardo Russowsky

Há muito se sabe a importância da inovação para o desenvolvimento de uma sociedade. Países que adquirem uma vocação para a inovação de produtos e de processos de produção aumentam a produtividade da economia, gerando taxas mais elevadas de crescimento econômico, em um verdadeiro processo de destruição criativa. Novos produtos ocupam o lugar dos velhos, e novas estruturas de produção destroem as antigas. O progresso econômico é o resultado deste processo, ao mesmo tempo, destruidor e criativo.

O maior problema que o nosso País enfrenta é justamente a escassez de pessoas com uma formação educacional plena, o que explica a estagnação da produtividade do trabalho no Brasil na última década. Sem um contingente mínimo de pessoas qualificadas, as empresas penam para conseguir competir com seus concorrentes internacionais. Por sinal, nosso crescimento econômico tem se baseado na incorporação de mais pessoas, com pouca educação e treinamento ao mercado de trabalho, o que contribui para inibir ainda mais o crescimento da produtividade.

Atualmente, apenas 13% dos brasileiros acima dos 25 anos de idade têm curso superior. Além disso, o brasileiro estuda, em média, apenas 7,3 anos, e a qualidade de nossa educação é muito fraca, como atestam várias pesquisas internacionais, que mostram a defasagem educacional que temos hoje em dia. O País se mantém como um dos lanternas no exame do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ocupando apenas a 58ª posição em 65 países examinados.

Como o Estado brasileiro não faz a sua função, resta às empresas buscarem a qualificação de seus colaboradores com recursos próprios, investindo em cursos e treinamentos in company. Dada a importância da educação, ela tem sido um dos grandes temas de nossa gestão à frente da FEDERASUL. Afinal de contas, o desenvolvimento de pessoas é crucial para a geração de riquezas e é o grande diferencial das empresas competitivas. Achamos que essa busca pela qualificação das pessoas deve chegar a cada empresa e também ao poder público.

Precisamos, portanto, tanto no País como no Rio Grande do Sul, incentivar atitudes que melhorem a qualidade de nossa educação, pois sabemos que esse é um caminho sem volta em direção ao desenvolvimento.