Vamos educar para a prosperidade

Ricardo Felizzola

O Brasil tem evoluído na aceitação e compreensão do papel do empreendedorismo na sociedade. Com isto, a empresa tem sido mais entendida como instituição nobre e geradora de riqueza. São os empregos, os impostos e o lucro gerados cada vez mais bem compreendidos pelo cidadão como benefícios das atividades empresariais numa economia capitalista. A maioria da população já sabe das limitações do Estado. Sabe que o valor na sociedade só é gerado pelo cidadão, via o seu trabalho nas empresas como funcionários, ou como empresários diretamente, ou ainda em suas funções em órgãos estatais prestadores de serviços. Em todos estes níveis, a atitude empreendedora só faz criar mais valor. Neste caso, o indivíduo que vive em sociedade depende de sua capacidade de empreender, de ser criativo e atuar com uma atitude propícia a aceitar e participar da competição natural que se estabelece nos mercados de trabalho e atividade.

O empreendedorismo é a faculdade humana que mais influiu na história. Inicialmente na busca de soluções básicas de sobrevivência da espécie, em seguida no processo civilizatório do homem que tende a substituir os conflitos bélicos pelas disputas civilizadas numa arena chamada mercado. O estabelecimento ao longo do tempo dos mercados e do comércio, e do conceito cada vez mais sofisticado de economia como ciência correspondente às ações humanas em busca de seu bem-estar, tornou a sociedade um sistema complexo em que a criatividade aliada às necessidades de consumo permitem uma evolução contínua. O capitalismo foi eleito como o sistema econômico capaz de gerar o progresso humano para que nossa espécie subsista no planeta. Por trás dele, a atitude empreendedora impulsiona a geração de riquezas. A sustentabilidade é o limitador deste processo, e por aí também há uma compreensão importante nos dias de hoje.

É muito válido destacar o conceito do capitalismo, em termos econômicos, como o mais justo encontrado até hoje pelo ser humano. É compatível com a natureza humana e seleciona por mérito os agentes econômicos num ambiente de competição absolutamente natural. Associado à única igualdade aceitável racionalmente, que é a de oportunidades, ele beneficia o progresso das nações. O maior exemplo é o caso da China que, apesar de manter sua ideologia totalitária, adotou o capitalismo nos últimos 30 anos para se tornar uma potência econômica, explorando seu mercado interno e gerando uma riqueza sem precedentes na história. Com isto, sua população progride apesar dos avanços políticos que o país poderia ter.

Complementando, cabe citar ainda a inovação, como o fenômeno mais importante nos dias de hoje na geração de riqueza no sistema capitalista. Ela se fundamenta numa sociedade global conectada e permissivaem termos econômicos e de comunicação, fazendo que as ideias novas, geradas principalmente em novos empreendimentos, viabilizem o crescimento absolutamente diferenciado de jovens organizações que alteram o comportamento de mercados mundiais. Novamente aqui, o empreendedor aparece como peça fundamental na percepção das oportunidades no novo ambiente e na geração do "novo necessário", que rapidamente se transforma em novo produto ou novo processo gerador de um impulso de riqueza notável provocado pela inovação.

Para aproveitar este momento da humanidade, precisamos alterar os processos convencionais de nossa educação e, com isto, aprimorar nossa cultura. Nossos professores precisam apontar e explorar em sala de aula conceitos como criatividade, iniciativa individual e espírito de equipe, fundamentos de economia explicando filosoficamente o sentido histórico das trocas de valor, a moeda e a ética da propriedade privada e das oportunidades sociais em uma república bem fundamentada em leis simples e claras. Isto é uma ação estratégica fundamental para criação de ambiente de negócios para uma sociedade próspera.