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Estados Unidos

- Publicada em 28 de Maio de 2022 às 09:22

Número de ataques provocados por atiradores nos EUA dobra em três anos

Em 14 de maio, dez pessoas negras foram mortas na cidade de Buffalo, em NY, por um homem de 18 anos

Em 14 de maio, dez pessoas negras foram mortas na cidade de Buffalo, em NY, por um homem de 18 anos


SCOTT OLSON/GETTY IMAGES/AFP/JC
Relatório divulgado nesta semana pelo FBI, a polícia federal norte-americana, mostra que o número de incidentes provocados por atiradores dobrou nos Estados Unidos nos últimos três anos. O documento registra que, em 2018, foram contabilizadas 30 ações perpetradas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número chegou a 61.
Relatório divulgado nesta semana pelo FBI, a polícia federal norte-americana, mostra que o número de incidentes provocados por atiradores dobrou nos Estados Unidos nos últimos três anos. O documento registra que, em 2018, foram contabilizadas 30 ações perpetradas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número chegou a 61.
A velocidade de crescimento dos episódios também subiu. Em 2019, a cifra se manteve estável em relação ao ano anterior, em 30 casos - em 2017, foram 31 -, mas subiu para 40 em 2020, aumento de 33%. Na sequência, houve um salto de 52,5% nos registros em 2021, de acordo com o relatório do FBI.
Além do número geral, outros dados indicam piora. Em 2020, os 40 incidentes ocorreram em 19 estados norte-americanos. Já as 61 ações de 2021 se espalharam em 30 regiões dos EUA. A cifra de mortos e feridos também cresceu: de 38 mortes e 126 ferimentos há dois anos para 103 e 140 no ano passado.
Para enquadrar os episódios presentes no relatório como incidentes provocados por atiradores, o FBI só considerou os casos nos quais os tiroteios ocorreram em locais públicos e em mais de um lugar. Os episódios, que resultaram em mortes em massa, também não poderiam ter conexão com outros crimes.
Outros aspectos levados em conta foram a aparente motivação espontânea do agressor, a metodologia para escolher as vítimas e se os alvos eram pessoas. Assim, foram excluídos os casos de autodefesa, os ligados à violência gerada por gangues ou disputa por drogas ou os oriundos de problemas domésticos.
Segundo o levantamento, o incidente de 2021 com o maior número de vítimas aconteceu em um centro de operações da empresa de entregas FedEx na cidade de Indianápolis, no estado de Indiana, onde sete pessoas ficaram feridas e oito foram mortas por um homem de 19 anos. Ele, ex-funcionário da companhia com histórico de doenças mentais, já havia sido detido pelo FBI para averiguações no ano anterior.
O caso com a cifra mais alta de mortes, no entanto, ocorreu em Boulder, no estado Colorado, em março daquele ano, quando um ataque a tiros num supermercado deixou ao menos dez mortos, incluindo um policial. O autor do atentado foi identificado como Ahmad Al Aliwi Alissa, com 21 anos à época da ação. Ele morava em Arvada, uma cidade próxima a Boulder, e passou a maior parte de sua vida nos EUA.
Os números compilados pelo FBI chamam ainda mais a atenção num momento em que os Estados Unidos lidam com mais um ataque a tiros que chocou o país. Nesta semana, Salvador Ramos, de 18 anos, invadiu a escola de ensino fundamental Robb, em Uvalde, no Texas, e matou a tiros 19 crianças - entre 9 e 10 anos - e duas professoras. Depois, foi morto pela polícia. 
O ataque no Sul do Texas foi o mais mortal desde que 14 adolescentes e três adultos foram assassinados em uma escola de ensino médio em Parkland, Flórida, em 2018, e o pior em uma escola primária desde o massacre em Sandy Hook, Connecticut, em 2012, onde 20 crianças e seis funcionários foram assassinados.
Em outra ação no dia 14 de maio, dez pessoas negras foram mortas na cidade de Buffalo, no estado de Nova York, também por um homem de 18 anos. Payton Gendron abriu fogo contra clientes de um supermercado, numa ação transmitida ao vivo pela internet, ambiente no qual também publicou um manifesto para justificar o ataque, baseado em teorias racistas, como a de que os negros estariam tomando o lugar dos brancos na sociedade.
Ao visitar o local do massacre, o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, pediu união para combater o "veneno da supremacia branca". Ele classificou o caso de terrorismo doméstico e afirmou que "o ódio não vai prevalecer". "A supremacia branca não dará a palavra final. Foi um ataque racista, transmitido ao vivo para o mundo. O que aconteceu aqui foi terrorismo, terrorismo doméstico."
O relatório do FBI não oferece interpretações para os dados, não traz a classificação racial das vítimas nem indica quais as motivações que levaram à ocorrência dos incidentes.
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