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Internacional

- Publicada em 02 de Novembro de 2021 às 19:37

Trem de carga descarrila e é incendiado no Chile em meio a conflito indígena

Ataque ao trem, que transportava celulose para a fabricação de papel, aconteceu na região da Macrozona Sul de Vitória

Ataque ao trem, que transportava celulose para a fabricação de papel, aconteceu na região da Macrozona Sul de Vitória


ATON CHILE/AFP/JC
Um trem de carga descarrilou e algumas de suas unidades de carga foram incendiadas por desconhecidos no sul do Chile nesta terça-feira (2), segundo informaram as autoridades, em meio a tensões entre o Estado e o grupo indígena local mapuche que exige a devolução de terras ancestrais. Não há informações sobre vítimas.
Um trem de carga descarrilou e algumas de suas unidades de carga foram incendiadas por desconhecidos no sul do Chile nesta terça-feira (2), segundo informaram as autoridades, em meio a tensões entre o Estado e o grupo indígena local mapuche que exige a devolução de terras ancestrais. Não há informações sobre vítimas.
O ataque ao trem, que transportava celulose para a fabricação de papel, aconteceu na região da Macrozona Sul de Vitória, que está em Estado de exceção devido ao conflito. "Há máquinas e locomotivas queimadas que transportavam celulose de Valdivia para a região de Concepcion", disse aos repórteres Victor Manoli, delegado na região.
Imagens dos vagões descarrilados e ainda fumegantes circularam nas redes sociais e na TV local. "Devemos reconhecer que o que tivemos hoje foram atos de terrorismo", acrescentou Manoli. O delegado disse que ninguém ainda tinha assumido a responsabilidade pelo atentado, que provocou a suspensão do serviço ferroviário da localidade de Vitória e Temuco para a capital regional de Araucânia.
Esta região vive um conflito histórico entre o povo mapuche, maior etnia chilena, e o Estado, do qual os indígenas reivindicam terras que consideram suas por direito ancestral e que foram entregues a empresas privadas, principalmente à silvicultura.
A falta de uma solução para esse conflito aumentou a violência na última década, com ataques incendiários a propriedades privadas e caminhões. Também trouxe à luz a presença de organizações do narcotráfico e de legítima defesa, bem como de operações policiais supostamente montadas para incriminar os indígenas.
Em 12 de outubro, o presidente Sebastián Piñera ordenou o estado de emergência e militarização por 15 dias em três províncias da área, que foi prorrogado por mais 15 dias até 11 de novembro. Ele anunciou nesta terça-feira que pedirá ao Congresso uma nova prorrogação, que deve ser aprovada. 
Piñera garantiu que desde o início do estado de emergência "os ataques incendiários foram reduzidos praticamente pela metade e as usurpações de propriedades foram reduzidas a um décimo".
A medida, solicitada pelos setores mais conservadores, foi criticada desde o início por organizações indígenas e pela oposição, que argumentam que é uma forma de acentuar ainda mais o acirrado conflito. 
"Apesar do estado de emergência, a violência continuou da mesma forma no sul do Chile. Nada mudou. Esse pedido é um aceno político a José Antonio Kast (candidato presidencial de extrema direita)", disse Ricardo Celis, deputado pela região.
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