A China está comprometida em interromper a construção de usinas termelétricas de carvão no exterior, em um compromisso público de redirecionar a enorme indústria de engenharia do país para longe de se tornar uma fonte de poluição global.
Pequim tem enfrentado pressão dos Estados Unidos, da União Europeia e de grupos ambientais por ter continuado a financiar e construir usinas termelétricas a carvão em muitos países em desenvolvimento, mesmo tendo dito que reduziria as emissões de gases de efeito estufa em seu próprio território.
O Acordo de Paris, pacto global de limitação do aquecimento global para menos de dois graus Celsius, ou para 1,5 grau Celsius, se possível, ainda neste século, não é viável sem que o governo chinês se esforce. O carvão é fundamental para a matriz energética da China, que é o maior produtor e consumidor mundial do recurso. O país não forneceu financiamento ou investimentos em nenhum projeto de carvão no primeiro semestre de 2021 sob a iniciativa de infraestrutura de Cinturão e Rota.
Mas, mesmo que em território próprio a China esteja reduzindo investimentos na matriz energética, tem expandido para outros países da Ásia e também da África e do Oriente Médio. E as emissões de CO2 geradas por usinas no exterior podem fazer que os esforços globais para o controle da temperatura terrestre não sejam suficientes.
Os governos da Coreia do Sul e Japão fizeram promessas semelhantes de parar de construir usinas movidas a carvão em países em desenvolvimento, assim como vários grandes bancos comerciais e as principais instituições multilaterais dominadas pelos EUA.