Oficiais dos Estados Unidos confirmaram neste domingo (29) que o país foi o responsável por um novo ataque aéreo com drone em Cabul, capital do Afeganistão, que teve como alvo militantes do
braço afegão do Estado Islâmico, o Isis-K. Segundo informou o Pentágono, o ataque "defensivo" teve como objetivo "eliminar uma ameaça iminente" do grupo contra o aeroporto da cidade.
De acordo com o governo norte-americano, a explosão atingiu um carro que levava homens-bomba até o Aeroporto Internacional Hamid Karzai. "Temos certeza de que atingimos o alvo", disse Bill Urban, porta-voz do Comando Central, acrescentando que não há relatos de vítimas civis até o momento.
Também segundo o porta-voz, "explosões secundárias significativas" foram ouvidas após o ataque, o que indicaria a presença de uma quantidade substancial de explosivos no veículo. A informação do ataque também foi confirmada pelo porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid. Segundo ele, o drone atingiu um carro carregado de explosivos, guiado por um homem-bomba, mas também não informou o alcance do ataque nem a quantidade de vítimas.
Na manhã deste domingo, tarde em Cabul, uma explosão foi ouvida por testemunhas, segundo a agência de notícias Reuters e jornalistas da AFP. Imagens de uma emissora de TV afegã mostravam fumaça escura saindo de uma zona residencial a noroeste do aeroporto. Também não se sabe ainda se esta explosão e o ataque com drone dos EUA estão relacionados.
Na noite de sábado, Biden havia feito um novo alerta a respeito de uma suspeita de ataque ao aeroporto de Cabul. "A situação no terreno continua extremamente perigosa e a ameaça de ataques terroristas no aeroporto continua alta", disse ele no comunicado.
Neste domingo, o presidente dos Estados Unido desembarcou na base aérea de Dover, em Delaware, para homenagear os 13 soldados mortos no ataque de quinta-feira. Biden e a esposa, Jill, se reuniram com as famílias dosmilitares.
Cidadão norte-americanos no Afeganistão
O ataque ocorre quando ainda restam aproximadamente 300 norte-americanos para serem retirados do Afeganistão, afirmou neste domingo o secretário de Estado, Antony Blinken, ao canal ABC. "Estamos trabalhando incansavelmente (...) para retirá-los", disse, a 48 horas do fim do prazo para a saída dos Estados Unidos.
Quase 114.400 pessoas, incluindo 5.500 cidadãos norte-americanos, foram retiradas do Afeganistão por uma ponte aérea desde 14 de agosto, véspera da tomada de Cabul pelos talebans.
Aqueles que escolheram permanecer no país "não ficarão presos no Afeganistão", declarou ao canal Fox o conselheiro de Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, sem especificar quantos são. "Vamos assegurar um mecanismo para retirá-los do país caso desejem retornar no futuro", disse, antes de acrescentar que "os taleban se comprometeram" com isto.
Ao falar sobre o ataque norte-americano de sábado em represália ao atentado de quinta-feira, que matou centenas de pessoas, incluindo 13 soldados de seu país, Sullivan afirmou que os alvos do bombardeio - dois morreram e um ficou ferido - eram "operadores e organizadores envolvidos no transporte e fabricação de artefatos explosivos".