Aos gritos de "Liberdade, liberdade!", cerca de 160 mil pessoas participaram de uma manifestação na França no sábado (24) contra as medidas tomadas pelo governo para lutar contra o
avanço da epidemia de Covid-19, que ganha terreno com a variante Delta. Entre as medidas, está a vacinação obrigatória para profissionais de saúde e a exigência do passe de saúde para algumas atividades, um projeto a ser votado nesta semana.
Em Paris, uma mobilização de 11 mil pessoas constituída essencialmente por Coletes Amarelos, um movimento de protesto hostil à política do governo, partiu da Place de la Bastille, no sudeste da capital. No oeste da cidade, uma mobilização convocada por políticos de extrema direita, como o ex-eurodeputado Florian Philippot reuniu ativistas que carregavam faixas com os dizeres "Pare a ditadura". "Liberdade, eu não sou sua cobaia", resumia o slogan escrito em um cartaz.
Passe sanitário na França
A obrigatoriedade do passe sanitário (vacinação completa ou teste negativo recente) para ter acesso a locais públicos também é apoiada pela maioria dos franceses, de acordo com uma pesquisa publicada no dia seguinte aos anúncios. Já aplicado em espaços culturais e de lazer, o passe sanitário deve ser estendido no início de agosto aos cafés, restaurantes e trens.
Mas depois de uma queda na primavera (Hemisfério Norte), o número de contaminações explodiu na França sob o efeito da variante Delta, altamente contagiosa, passando de 4,5 mil no dia 9 de julho para quase 21,5 mil na sexta-feira (23). A epidemia já matou mais de 110 mil pessoas na França, segundo dados do governo.