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Internacional

- Publicada em 14 de Julho de 2021 às 20:58

Violência na África do Sul continua, e formação de 'grupos de vigilantes' ameaça piorar situação

Soldados se juntaram à polícia nas ruas, o que não surtiu efeito em conter saques a comércios

Soldados se juntaram à polícia nas ruas, o que não surtiu efeito em conter saques a comércios


LUCA SOLA/AFP/JC
O governo da África do Sul pediu aos cidadãos comuns para que não façam justiça com as próprias mãos, enquanto grupos de vigilantes se formam após dias de saques descontrolados e protestos violentos em uma parte do país. No sexto dia de protestos e distúrbios nas ruas das maiores cidades da África do Sul, autoridades apontam para o risco de falta de itens básicos, como alimentos e combustíveis.
O governo da África do Sul pediu aos cidadãos comuns para que não façam justiça com as próprias mãos, enquanto grupos de vigilantes se formam após dias de saques descontrolados e protestos violentos em uma parte do país. No sexto dia de protestos e distúrbios nas ruas das maiores cidades da África do Sul, autoridades apontam para o risco de falta de itens básicos, como alimentos e combustíveis.
Os protestos tiveram como estopim a prisão do ex-presidente Jacob Zuma e, rapidamente, ganharam tons violentos, com saques generalizados, ataques a prédios públicos e confrontos que deixaram 72 mortos e mais de 1,7 mil presos. Apesar do cenário, que ocorre em um momento grave da pandemia da Covid-19, o governo evita declarar estado de emergência e busca uma saída menos dramática.
Nesta quarta (14), o presidente Cyril Ramaphosa se reuniu com lideranças dos principais partidos políticos para tentar encontrar soluções para acalmar as ruas, mencionando a iminente crise de desabastecimento.
Embora milhares de soldados tenham se juntado à polícia nas ruas, as forças de segurança ainda parecem incapazes de conter os ataques contínuos de multidões a armazéns, supermercados, shoppings, clínicas e fábricas. Em muitas partes de Gauteng e KwaZulu-Natal, as duas províncias mais atingidas pela violência, grupos de vigilantes e patrulhas comunitárias armadas se formaram enquanto moradores buscam proteger suas casas e negócios.
Falando no norte de Johannesburgo, Bheki Cele, o ministro da polícia, exortou as pessoas comuns a "trabalhar com os soldados, trabalhar com a delegacia de polícia". Ele acrescentou: "O problema começa quando eles procuram estruturas paralelas; eles próprios vão e atiram nas pessoas e tudo mais. Bem, é a justiça da turba. É vigilantismo quando as pessoas fazem a lei com as próprias mãos." O número de mortos em quase uma semana de agitação subiu para 72, alguns por arma de fogo, com 1.300 pessoas presas.
A crise foi deflagrada na semana passada, quando o ex-presidente Jacob Zuma foi levado à prisão para iniciar uma sentença de 15 meses por desacato ao tribunal, após se recusar a comparecer a um inquérito judicial que investigava corrupção sob seu governo de nove anos, que terminou em 2018.
A decisão de Zuma de se entregar foi vista como uma vitória para o Estado de Direito, mas os protestos organizados por seus apoiadores rapidamente evoluíram para violência generalizada e saques, com multidões invadindo shoppings antes de entrar em depósitos, postos de serviço e centros de distribuição.
A agitação até agora foi quase totalmente limitada às duas províncias mais densamente povoadas da África do Sul: Gauteng, onde fica Johannesburgo, a maior cidade e potência econômica, e KwaZulu-Natal, a província natal de Zuma.
As estradas principais em ambas as províncias foram cortadas e o fornecimento de alimentos, combustível e medicamentos seriamente interrompido. Embora a agitação pareça ter diminuído na quarta-feira, incidentes esparsos de violência e incêndio criminoso foram relatados, com armazéns saqueados e queimados em vários locais.
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