Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 06 de Junho de 2021 às 20:17

Após protestos, Colômbia anuncia mudanças na polícia

Excessos policiais foram duramente criticados por organismos de direitos humanos

Excessos policiais foram duramente criticados por organismos de direitos humanos


LUIS ROBAYO/AFP/JC
O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou neste domingo medidas para modernizar o Ministério da Defesa e promover a "transformação integral" da polícia. As mudanças surgem após mais de um mês de protestos em que ao menos 61 pessoas foram mortas, gerando uma série de acusações de violações de direitos humanos por parte dos agentes do Estado.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou neste domingo medidas para modernizar o Ministério da Defesa e promover a "transformação integral" da polícia. As mudanças surgem após mais de um mês de protestos em que ao menos 61 pessoas foram mortas, gerando uma série de acusações de violações de direitos humanos por parte dos agentes do Estado.
Em publicações nas redes sociais, Duque prometeu a criação de um novo estatuto disciplinar e de um novo sistema de recebimento de reclamações e denúncias para "alcançar a excelência" no trabalho policial. Sem dar detalhes, o presidente disse ainda que serão implementados "padrões profissionais em questões como uso da força, direitos humanos, serviço ao cidadão e procedimentos policiais".
As mudanças incluem ainda uma revisão nos protocolos para o "uso legítimo da força" - algo que vinha sendo questionado por manifestantes e entidades de defesa dos direitos humanos, que viam excessos na conduta dos agentes deslocados para coibir os protestos.
A própria pasta da Defesa mudará de nome e passará a ser "Ministério da Defesa Nacional e Segurança Cidadã". Além disso, os policiais colombianos ganharão um novo uniforme, em cor azul, que, segundo Duque, "transmite empatia, cortesia, tranquilidade e confiança aos cidadãos".
Pelo menos dois civis foram mortos e um policial baleado na sexta-feira em manifestações em Cali, que se tornou o epicentro dos protestos iniciados há mais de um mês. Com essas mortes, o número total de vítimas durante os atos chega a 61, dos quais 59 são civis, de acordo a agência de notícias AFP. O Ministério Público colombiano afirma que apenas 20 dessas mortes estão diretamente relacionadas aos protestos. Por sua vez, a ONG Human Rights Watch afirma ter recebido denúncias críveis sobre ao 67 mortes ocorridas desde o início dos protestos, das quais 32 estariam ligadas às manifestações.
No mês passado, as autoridades colombianas e os líderes dos protestos disseram que chegaram a um "pré-acordo" para encerrar o período de manifestações, mas o governo acabou voltando atrás porque parte das lideranças grevistas se recusa a condenar os bloqueios nas estradas. Segundo a Defesa, há pelo menos 45 pontos em que o bloqueio segue vigente.
Inicialmente, os atos eram contra a reforma tributária proposta pelo presidente. Apesar de ele ter retirado o projeto legislativo, a violenta repressão aos protestos seguiu alimentando o descontentamento. Desde então, os atos se multiplicaram, sem agenda ou direção definida, mas com demandas que exigem um país mais justo e um Estado mais solidário e que garanta vida e segurança.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO