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Internacional

- Publicada em 23 de Maio de 2021 às 19:49

Proposta de reforma da polícia nos EUA está parada no Senado, apesar da pressão de Biden

Moradores de Minneapolis mantêm memorial em homenagem a Floyd

Moradores de Minneapolis mantêm memorial em homenagem a Floyd


Kerem Yucel/AFP/JC
Em março, a Câmara aprovou, com um só voto republicano, uma proposta de reforma federal chamada de Lei George Floyd. O texto está parado no Senado. Há um mês, em seu primeiro discurso ao Congresso, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu que os parlamentares aprovassem a proposta antes do aniversário de morte de Floyd, em maio de 2020. É preciso ter ao menos 60 senadores a favor da lei, o equivalente ao voto favorável de todos os democratas e ao menos 10 republicanos - algo que parece longe de acontecer.
Em março, a Câmara aprovou, com um só voto republicano, uma proposta de reforma federal chamada de Lei George Floyd. O texto está parado no Senado. Há um mês, em seu primeiro discurso ao Congresso, o presidente dos EUA, Joe Biden, pediu que os parlamentares aprovassem a proposta antes do aniversário de morte de Floyd, em maio de 2020. É preciso ter ao menos 60 senadores a favor da lei, o equivalente ao voto favorável de todos os democratas e ao menos 10 republicanos - algo que parece longe de acontecer.
Um dos impasses é a chamada imunidade qualificada, que dificulta o processo de responsabilização contra policiais. O projeto da Câmara acaba com essa previsão e a ala progressista do Partido Democrata considera o ponto inegociável, mas há resistência entre os republicanos. O projeto também proíbe o método de imobilização pelo pescoço, conhecido como estrangulamento, cria um repositório de dados nacionais de policiais suspeitos e impõe novos padrões de treinamento em todo o país.
"Se as autoridades realmente quisessem, já teriam feito as mudanças. Eles exigiriam um treinamento de empatia dos policiais", diz Jay Webb, que criou uma estufa improvisada para plantar flores e plantas nos arredores do memorial em homenagem a Floyd.
Webb se tornou um dos responsáveis por explicar aos visitantes como cuidar da área. A prefeitura da cidade pensa em remover os bloqueios locais e acabar com o memorial. Os que cuidam da região argumentam que o lugar, mantido de maneira comunitária, é uma forma de lembrar autoridades, residentes e turistas do que aconteceu. "Os EUA nunca voltarão a ser o que eram antes. Alguns querem que voltemos para trás, querem manter seus privilégios, mas não abriremos mão do que já construímos", afirma Webb.
Em Minneapolis, a lenta mudança e o persistente clima de tensão têm dado lugar a um argumento contrário à reforma policial. Moradores relacionam a sensação de aumento na violência - nas últimas semanas, três crianças foram baleadas em tiroteios - ao menor policiamento desde que o departamento local entrou nos holofotes do país. "Ninguém gosta mais de ir para o centro da cidade, pois está perigoso", disse Kurt, que não quis informar o sobrenome e se identifica nas redes sociais como o "melhor motorista de Uber" de Minneapolis e Saint Paul.
A onda de crimes, no entanto, não é vista apenas em Minneapolis. Nos primeiros nove meses do ano passado, o número de homicídios cresceu 28% nos EUA como um todo. Em Fort Worth, no Texas, a alta foi de 66%. Especialistas veem como uma das consequências da pandemia, quando cortes no orçamento diminuíram ações de prevenção ao crime, o desemprego cresceu e muitos jovens ficaram sem aulas.
Com os obstáculos para avançar em uma reforma ampla e uniforme, os assassinatos pela polícia continuam a estampar jornais e protestos, ainda que em menor escala. Desde 2015, o jornal Washington Post compila as mortes por ação de policiais nos EUA. Ano após ano, cerca de 1 mil pessoas são mortas por policiais no país.
Não foi diferente após o assassinato de Floyd e nem tem sido neste ano. Nos primeiros cinco meses de 2021, 353 pessoas foram mortas pela polícia. A proporção de negros mortos é mais do que o dobro da de brancos. Apesar de corresponderem a 13% da população total do país, os negros são 36% dos mortos por policiais. 
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