Após mais uma noite de violência no décimo dia de hostilidades entre israelenses e palestinos, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que espera para esta quarta-feira (19), uma "desescalada significativa" do conflito militar com os palestinos.
Em um comunicado divulgado pela Casa Branca, após a quarta conversa entre Biden e Netanyahu desde o início da crise atual, "o presidente expressou ao primeiro-ministro que espera uma significativa desescalada ainda nesta quarta para encaminhar um cessar-fogo".
A comunidade internacional tem se mobilizado na tentativa de encontrar uma solução para o fim da violência entre israelenses e palestinos. O próprio Biden vem pressionando o premiê israelense a aceitar um cessar-fogo desde o começo da semana e, embora publicamente a Casa Branca mantenha o apoio irrestrito a Israel, subiu o tom nesta quarta.
Desde o início do conflito, a Casa Branca demanda uma gestão diplomática "discreta". Muitas vozes se levantam, no entanto, dentro do Partido Democrata (de Biden), por uma posição mais firme com Netanyahu.
Os ataques aéreos israelenses sobre a Faixa de Gaza se intensificaram nesta quarta-feira (19). Israel diz que aguarda "o momento certo" para encerrar sua ofensiva contra o enclave palestino.
A Alemanha, outra potência ocidental que vem demonstrando apoio ao direito de defesa israelense, anunciou que vai enviar na quinta-feira (20) o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, a Israel e Ramallah (Cisjordânia), para realizar reuniões com o objetivo de diminuir a escalada entre israelenses e palestinos. Maas deve se encontrar com o chanceler israelense, Gabi Ashkenazi, o ministro da Defesa, Benny Gantz, e o presidente Reuven Rivlin. Do lado palestino, ele se encontrará com o primeiro-ministro Mohamed Shtayyeh, segundo comunicado oficial.
Na terça-feira (18), os presidentes da França e do Egito, Emmanuel Macron e Abdel Fattah el-Sisi, encontraram-se em Paris, onde participaram de uma videoconferência com o rei da Jordânia, Abdullah II, para discutir o fim do conflito.
Segundo autoridades de saúde de Gaza e Israel, 219 pessoas morreram do lado palestino, enquanto 12 morreram em território israelense. O governo de Netanyahu sustenta que 140 dos mortos em Gaza são terroristas envolvidos no conflito.
Greve
Palestinos em Israel e nos territórios ocupados entraram ontem em greve em um raro protesto coletivo. Apesar de o movimento ter sido pacífico em muitos lugares, com as lojas fechadas nas movimentadas ruas da Cidade Velha de Jerusalém, a violência explodiu na Cisjordânia.
Centenas de palestinos queimaram pneus em Ramallah e atiraram pedras contra um posto de controle militar israelense. As tropas dispararam gás lacrimogêneo. Três manifestantes foram mortos e mais de 140 ficaram feridos. O Exército israelense disse que dois de seus soldados foram feridos por tiros nas pernas.