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Jerusalém

- Publicada em 18 de Maio de 2021 às 20:53

Confronto com Israel causa crise humanitária em Gaza

Com o conflito, palestinos sofrem com a falta de água e de alimentos

Com o conflito, palestinos sofrem com a falta de água e de alimentos


MOHAMMED ABED/AFP/JC
A Faixa de Gaza está imersa em uma crise humanitária desde o início da escalada de violência entre Israel e o Hamas - grupo que controla o enclave - na última semana. Faltam alimentos, água potável e remédios, há risco de disseminação de Covid-19 e outras doenças e mais de 52 mil palestinos tiveram que deixar suas casas, informaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (18).
A Faixa de Gaza está imersa em uma crise humanitária desde o início da escalada de violência entre Israel e o Hamas - grupo que controla o enclave - na última semana. Faltam alimentos, água potável e remédios, há risco de disseminação de Covid-19 e outras doenças e mais de 52 mil palestinos tiveram que deixar suas casas, informaram a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (18).
O dia começou mais calmo na região, sem notícias sobre ataques ou mortos, mas no início da tarde (meio da manhã no Brasil) o confronto foi retomado, com bombardeios aéreos sobre Gaza e lançamento de foguetes sobre cidades israelenses.
Em Israel, dois trabalhadores tailandeses morreram, informou a polícia do país, subindo para 12 o número de mortos desde o começo da última semana, entre os quais duas crianças. Os grupos radicais Hamas e Jihad Islâmica reivindicaram responsabilidade pelo ataque. Segundo as autoridades, um foguete atingiu um lugar onde vive um grupo de estrangeiros, deixando ainda cinco pessoas feridas, sendo uma em estado grave.
Ainda não foram divulgadas informações sobre mortes do lado palestino nesta terça, mas moradores de Gaza disseram que Israel está efetuando fortes bombardeios sobre o enclave. Testemunhas afirmam que um morteiro israelense atingiu e incendiou uma fábrica de tintas no sul da região. "O combate não vai parar até que a gente consiga uma calma duradoura e de longo prazo", disse o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, em uma declaração em vídeo na qual culpou o Hamas pela violência na região.
De acordo com autoridades de saúde de Gaza, desde a última segunda-feira (10), os bombardeios aéreos do Exército israelense mataram 213 pessoas, incluindo 61 crianças e 36 mulheres, e deixaram 1.400 feridos.
De acordo com Israel, 3.450 foguetes foram disparados desde Gaza, a maioria sendo interceptada por seus sistemas de defesa. O Exército do país afirma que matou ao menos 130 militantes do Hamas e 30 da Jihad Islâmica em território palestino.
Segundo Jens Laerke, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA, na sigla em inglês), 132 prédios foram destruídos e 316 ficaram seriamente danificados em Gaza, incluindo seis hospitais e nove centros de saúde primária, assim como uma planta de dessalinização, deixando cerca de 250 mil pessoas sem acesso a água potável. Dos 52 mil que tiveram que deixar suas casas, 47 mil buscaram abrigo em 58 escolas da ONU, acrescentou - o enclave tem cerca de 2 milhões de habitantes.
Laerke celebrou a abertura nesta terça-feira, por Israel, de um corredor humanitário na fronteira por onde poderiam ser enviados bens de primeira necessidade, mas essa passagem foi fechada logo depois porque os palestinos lançaram morteiros no local, segundo autoridades israelenses. "Os projéteis foram lançados em direção à passagem de Kerem Shalom quando entravam caminhões de ajuda civil doada por organizações humanitárias internacionais", afirmou o Cogat, organismo israelense responsável pelas operações civis nos territórios palestinos.
A organização de direitos humanos Anistia Internacional afirmou que os bombardeios israelenses sobre prédios residenciais podem configurar crimes de guerra. Israel diz que atinge apenas alvos militares legítimos e que faz tudo o que pode para evitar baixas civis.
Há também falta de suprimentos médicos e um risco de disseminação de Covid-19 e de doenças ligadas à falta de água por causa das aglomerações de deslocados em escolas, disse Margaret Harris, porta-voz da OMS. Moradores da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental fizeram uma greve geral nesta terça, com posts nas mídias sociais que trazem a bandeira palestina.

Biden conversa com Netanyahu e defende cessar-fogo

O posto fronteiriço de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída de Gaza que não está controlada por Israel

O posto fronteiriço de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída de Gaza que não está controlada por Israel


SAID KHATIB/AFP/JC
Joe Biden telefonou pela terceira vez para o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, e defendeu um cessar-fogo. O presidente norte-americano reiterou seu apoio ao direito de Israel a se defender, mas pediu que o país faça de tudo para evitar atingir civis.
Biden está sendo pressionado por congressistas de seu próprio partido a agir de forma mais incisiva para conter a crise no Oriente Médio. Tradicionalmente, Washington é um dos principais aliados de Israel na arena internacional. "Nosso cálculo, neste ponto, é que ter conversas nos bastidores é a abordagem mais construtiva que podemos ter", disse Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca.
Mediadores da ONU e o governo do Egito também aderiram a esses esforços diplomáticos, e a Assembleia Geral da ONU vai se reunir para discutir o tema na quinta-feira (20). A Alemanha pediu o cessar-fogo e ofereceu mais ajuda para os palestinos. O Egito anunciou nesta terça que vai mandar ajuda humanitária a Gaza e que destinará US$ 500 milhões à reconstrução do enclave.
A ministra da Saúde disse que serão enviados aos palestinos cilindros de oxigênio, seringas, antibióticos e pomadas para queimaduras. O posto fronteiriço de Rafah, na fronteira com o Egito, é a única saída de Gaza que não está controlada por Israel. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou no domingo a abertura dessa divisa para poder trasladar feridos aos hospitais do Egito. O ministério da Saúde egípcio acrescentou que 11 hospitais, incluindo seis no Cairo, com capacidade de 900 leitos e mais de 3.600 profissionais de saúde, vão tratar dos palestinos feridos.