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Internacional

- Publicada em 13 de Maio de 2021 às 21:54

Israel mobiliza tropas e convoca 9 mil reservistas em indício de invasão de Gaza

Quase 1,6 mil foguetes já haviam sido lançados desde que começou o conflito, na segunda

Quase 1,6 mil foguetes já haviam sido lançados desde que começou o conflito, na segunda


ANAS BABA / AFP/ DIVULGAÇÃO/ JC
Agência Estado
Israel anunciou que mobilizou mais tropas na fronteira com Gaza e convocou 9 mil reservistas, dando indícios de uma invasão terrestre do território palestino governado pelo Hamas. Segundo os militares israelenses, peças de artilharia, tanques e aviões realizaram na quarta-feira (12) uma operação conjunta contra o enclave, com pelo menos quatro brigadas prontas para entrar ação.
Israel anunciou que mobilizou mais tropas na fronteira com Gaza e convocou 9 mil reservistas, dando indícios de uma invasão terrestre do território palestino governado pelo Hamas. Segundo os militares israelenses, peças de artilharia, tanques e aviões realizaram na quarta-feira (12) uma operação conjunta contra o enclave, com pelo menos quatro brigadas prontas para entrar ação.
O Exército de Israel deu margem a informações desencontradas ontem ao anunciar o início de uma operação terrestre contra Gaza. "A Força Aérea israelense e tropas em terra realizam um ataque na Faixa de Gaza", dizia o tuíte de uma linha, seguido de uma declaração do porta-voz da corporação, Jonathan Conricus, confirmando a incursão. Momentos depois, porém, vários analistas e fontes militares disseram que a operação por terra significava - por enquanto - disparos de artilharia e tanques. De acordo com a Reuters, moradores do norte de Gaza, perto da fronteira, disseram não ter visto sinais de tropas terrestres, embora relatassem fogo pesado de artilharia e ataques aéreos.
Desde segunda-feira, quando começou o conflito, até o início da manhã de hoje em Israel (noite de ontem no Brasil), quase 1,6 mil foguetes haviam sido lançados de Gaza pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, outro grupo militante palestino. Sete israelenses morreram. A resposta veio pelo ar, com bombardeios pesados, e por terra, com disparos de peças de artilharia. Segundo autoridades palestinas, os ataques deixaram 109 mortos, incluindo 27 crianças, e mais de 600 feridos.
Em um sinal de como o conflito pode sair do controle, o governo israelense viveu ontem um momento de tensão. No início da noite, três foguetes foram lançados do Líbano em direção ao norte de Israel. Todos caíram no Mar Mediterrâneo, sem causar danos ou vítimas. O governo libanês garantiu que os disparos foram feitos por pequenos grupos palestinos, sem o conhecimento do Hezbollah - grupo xiita que costuma apoiar o Hamas.
Embora o governo de Israel esteja habituado a lidar com o fogo cruzado na fronteira de Gaza, desta vez ele vem enfrentando uma consequência incomum do conflito: o choque entre gangues de judeus e árabes em cidades israelenses. Nos últimos dias, distúrbios foram registrados em Ramle, Bat Yam, Kafr Kassem, Acre, Tiberíades e Lod.
O ministro da Defesa, Benny Gantz, deslocou guardas da fronteira para tentar conter os confrontos. "Estamos em um momento de emergência", disse o ministro. "Precisamos de uma resposta massiva de todas as forças nas ruas." Gantz, no entanto, rejeitou qualquer possibilidade de o Exército fazer papel da polícia - como queria o premiê, Binyamin Netanyahu.
Preocupado com o conflito civil, o primeiro-ministro chegou a dizer ontem que a ação de extremistas árabes e judeus em cidades de Israel era uma ameaça maior do que a guerra contra o Hamas em Gaza. "Não temos maior ameaça agora do que esses atos de vandalismo, e não temos escolha a não ser restaurar a lei e a ordem por meio do uso determinado da força", disse Netanyahu.
Até agora, no entanto, o premiê parece ter se fortalecido com a escalada do conflito. Ontem, Naftali Bennett, que negociava uma coalizão com o líder da oposição, Yair Lapid, abandonou o diálogo, alegando que uma aliança com partidos árabes havia se tornado difícil.
Um acordo entre os partidos anti-Netanyahu acabaria com os 12 anos de governo do premiê. Mansour Abbas, líder do Ra'am, um partido árabe que também vinha negociando sua participação em um novo governo, também interrompeu as conversas com Lapid. 
O conflito árabe-israelense é o fio de um novelo sem fim. A mais recente onda de violência reúne uma coincidência de fatores. O Dia de Jerusalém - feriado que celebra a ocupação dos judeus de Jerusalém Oriental, na guerra de 1967 - caiu na véspera da Laylat al-Qadrs (Noite do Poder) dos muçulmanos, a noite mais sagrada do Ramadã, marcada por encontros na Mesquita de Al-Aqsa.
Após os primeiros confrontos nos becos da Cidade Velha, a polícia tomou de assalto a mesquita, na segunda-feira, provocando a reação do Hamas. Como pano de fundo ainda há o julgamento de uma ação de despejo de famílias palestinas de um bairro árabe, decisão que a Suprema Corte adiou, além da sinuca na qual se encontram o Hamas e o premiê, Binyamin Netanyahu. Analistas dizem que ambos buscaram o conflito para sobreviver politicamente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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