Um prédio de 13 andares desabou nesta terça-feira (11), em Gaza, depois de ter sido atingido por um ataque de foguetes disparados por Israel. A torre abriga um escritório que é usado pela liderança política do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza e é considerado terrorista por Israel, EUA e União Europeia (UE).
Em um novo dia de confrontos, Israel enviou 80 jatos para bombardear a região e concentrou tanques na fronteira, enquanto, em retaliação, o Hamas disparou ao menos 130 foguetes contra Tel Aviv, segunda maior cidade e capital econômica de Israel.
"Estamos no meio de uma campanha. O Hamas receberá golpes que não esperava", disse o premiê, acrescentando que as operações militares exigirão "paciência e um certo sacrifício" da população.
O ministro da Defesa, Benny Gantz, afirmou que o objetivo da operação, apelidada de "Guardião dos Muros", é "golpear o Hamas com força e fazê-lo se arrepender de sua decisão" de atacar Israel. "Cada bomba tem um endereço", disse ele, acrescentando que a ofensiva militar não tem prazo determinado para terminar e deve se prolongar pelos próximos dias.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 28 palestinos morreram, incluindo dez crianças, e 152 ficaram feridos devido ao revide israelense após o Hamas atacar Jerusalém pela primeira vez desde 2014.
Em Israel, as autoridades confirmaram a morte de duas mulheres em ataques com foguetes em Ashkelon, no sul do país. A polícia disse ainda que mais de 30 pessoas ficaram feridas, embora os militares tenham afirmado que suas defesas aéreas estavam interceptando cerca de 90% dos disparos vindos de Gaza.
Militantes da Jihad Islâmica, grupo radical também considerado terrorista por Israel, disseram que três de seus membros morreram após serem atingidos por um míssil israelense num prédio residencial em Gaza.
O Hamas informou que, em um dos ataques contra as cidades de Ashkelon e Ashdod, disparou 137 mísseis em cinco minutos. Segundo autoridades de Israel, uma escola foi atingida em Ashkelon, mas não houve vítimas porque as aulas foram canceladas e o prédio estava vazio.
Israel contesta os relatos das autoridades de Gaza sobre as vítimas, assumindo a responsabilidade apenas pelas mortes de 15 combatentes do Hamas. As demais mortes, segundo as forças israelenses, teriam sido causadas por falhas nos disparos dos foguetes lançados pelos próprios militantes islâmicos - não é possível confirmar de maneira independente essa afirmação.
O Hamas batizou o ataque a Israel como "a Espada de Jerusalém", num movimento que reforça a postura do grupo como defensor dos palestinos e marca oposição à ideia da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como representante de todos eles. Desde 2007, o Hamas comanda sozinho a Faixa de Gaza, enquanto seu rival Fatah controla a ANP e a Cisjordânia.