As primeiras pesquisas de boca de urna, divulgadas logo após o fim da votação do segundo turno para presidente no Equador, realizada neste domingo (11), indicavam que a disputa seria acirrada. Segundo o instituto Clima Social, o esquerdista Andrés Arauz e o centrista Guillermo Lasso estavam empatados tecnicamente. Já pesquisa do instituto Cedatos mostrava vitória de Lasso, com 53,24% dos votos, contra 46,76% de Arauz (uma diferença de 6,48 pontos percentuais). Até o fechamento desta edição, não haviam sido divulgados resultados oficiais.
No primeiro turno, o CNE decidiu interromper a contagem rápida com quase 90% das atas contabilizadas porque verificou um empate técnico no segundo lugar entre o banqueiro Guillermo Lasso e líder indígena Yaku Pérez. Como consequência, os equatorianos tiveram que esperar a contagem manual. Além disso, os dois rivais pediram mais de uma recontagem das atas em várias províncias do país.
Lasso, do partido de direita Movimento CREO, reclamou do CNE, que divulgou uma projeção quando havia 20% da contagem rápida realizada, afirmando que Pérez estava mais próximo de ir ao segundo turno.
Pérez, por sua vez, desde o primeiro dia convocou vigílias, em que apoiadores se manifestavam diante das sedes dos órgãos eleitorais. No fim, o país demorou duas semanas para conhecer os candidatos que iriam ao segundo turno das eleições.
Neste domingo, Arauz e Lasso pediram votos até o último momento. Em Quito, a capital política do país, Arauz, da coalizão progressista União Pela Esperança (Unes), apareceu animado e pediu que as pessoas saíssem de casa para exercer seu direito democrático: "Hoje começamos a escolher o destino do país, cada voto conta".
Falando a seus apoiadores, depois de votar, disse que governará "com humildade e firmeza, para deixar a dor e o sofrimento para trás e começar uma gestão humana. Estamos tranquilos e motivados em levar o país adiante". O padrinho político de Arauz, o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que vive na Bélgica, comemorou, nas redes sociais, a expressiva votação de equatorianos fora do país.
Na cidade costeira de Guayaquil, considerada a capital econômica do Equador, Lasso entrou no centro de votação sob os gritos de "Lasso, presidente", caminhando lentamente, cercado de apoiadores e familiares.
"Este é um dia de festa democrática onde todos os equatorianos nos encontramos para que, com o poder do voto, possamos escolher o futuro que viverão nossos filhos", disse, depois de votar. "Todos desejamos um Equador de oportunidades, livre, onde todas as famílias possam alcançar a prosperidade."