O presidente de Israel, Reuven Rivlin, encarregou nesta terça-feira (6) o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de tentar formar um governo depois da quarta eleição inconclusiva em dois anos, no último dia 23. Após consultas, Rivlin disse que nenhum candidato tem apoio suficiente para formar a maioria, mas escolheu o premiê porque seu nome foi o que despertou mais indicações. A indicação coincide com as audiências do
julgamento por corrupção, retomado na segunda-feira (5), que tem Netanyahu como alvo, acusado de fraude, abuso de poder e suborno.
Se o premiê mais longevo da história israelense não for bem-sucedido na tarefa, o país ficará às margens de uma quinta eleição desde 2019, prolongando um impasse político sem precedentes e a polarização centralizada na figura do premiê e em suas tentativas de permanecer no poder.
Após dois dias de consulta com todos os blocos parlamentares, Rivlin deixou claro que nenhum candidato conseguiu chegar aos 61 assentos necessários para ter a maioria no Knesset, o Parlamento israelense.
Netanyahu e o seu direitista Likud, que conquistou 30 cadeiras no pleito de março, conseguiu chegar a 52 assentos com o apoio das siglas religiosas Shas, Judaísmo Unido da Torá (JUT) e Sionismo Religioso, este associado à extrema direita e a grupos acusados de atos de violência contra árabes.
O partido centrista Yesh Atid, liderado por Yair Lapid, conseguiu 45 cadeiras, juntando-se com o também centrista Azul e Branco; o Partido Trabalhista, de centro-esquerda; o nacionalista secular Yisrael Beitenu; e o Meretz, de esquerda.
"Nenhum candidato tem chance realista de formar um governo que terá a confiança do Knesset", disse Rivlin, afirmando que se tivesse tal poder, daria a questão para que o Parlamento resolvesse. "Netanyahu tem uma chance um pouco mais alta de fazê-lo, então decidi confiá-lo a tarefa."