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Internacional

- Publicada em 02 de Dezembro de 2020 às 15:57

Israel aprova dissolução do Parlamento e pode ter 4ª eleição em 2 anos

Gantz (d) diz que Netanyahu tenta descumprir o acordo pré-estabelecido para o governo de coalizão

Gantz (d) diz que Netanyahu tenta descumprir o acordo pré-estabelecido para o governo de coalizão


ODED BALITY AND JACK GUEZ/AFP/JC
Deputados israelenses aprovaram, nesta quarta-feira (2), a dissolução do Knesset, como é conhecido o Parlamento de Israel, e deram mais um passo em direção à quarta eleição no país no período de dois anos. O projeto de lei, apresentado pela oposição ao governo do premiê Benjamin Netanyahu, recebeu 61 votos a favor e 54 contra. Para de fato dissolver o Knesset, o texto ainda precisa ser aprovado em outras três futuras votações parlamentares.
Deputados israelenses aprovaram, nesta quarta-feira (2), a dissolução do Knesset, como é conhecido o Parlamento de Israel, e deram mais um passo em direção à quarta eleição no país no período de dois anos. O projeto de lei, apresentado pela oposição ao governo do premiê Benjamin Netanyahu, recebeu 61 votos a favor e 54 contra. Para de fato dissolver o Knesset, o texto ainda precisa ser aprovado em outras três futuras votações parlamentares.
A aprovação desta quarta, entretanto, também representa um novo dano à já delicada e complexa relação entre Netanyahu e Benny Gantz, ministro da Defesa que integra o governo de coalizão formado depois de três eleições nas quais nenhuma maioria se formou.
Os legisladores foram convocados ao plenário às 11h, mas a votação sobre a dissolução do Knesset só ocorreu horas depois por ser o último item da ordem do dia. De acordo com o jornal Times of Israel, a sessão de votos começou com duras críticas a Netanyahu. O líder da oposição Yair Lapid, autor da proposta de dissolução, acusou o governo de destruir o tecido social de Israel. "Vocês não têm ideia do que estão fazendo", disse Lapid, líder do partido Yesh Atid. "Vocês estão colocando nossas vidas e nossa economia em perigo, abandonando nossos pais e colocando fogo no futuro de nossos filhos."
O partido de Gantz, Azul e Branco, também foi criticado por ter aceitado compor o governo de coalizão ao lado do Likud, de Netanyahu. "Se vocês tivessem nos ouvido, Benny Gantz teria sido o primeiro-ministro e Netanyahu teria deixado Balfour há muito tempo", disse o parlamentar Nitzan Horowitz, líder do partido Meretz, em referência à rua em que fica localizada a residência oficial do premiê. "Nas próximas eleições, o público não votará em partidos com cavalos de Tróia."
Apesar de Horowitz e outros parlamentares já darem como certa uma nova eleição, ainda há outras etapas a serem cumpridas na tramitação da dissolução do Knesset. Depois da aprovação desta quarta-feira, o projeto segue para o Comitê da Câmara, controlado pelo partido Azul e Branco.
Estima-se que a aprovação da proposta pelo Comitê deva ocorrer na segunda-feira (7) e, então, a dissolução ainda precisará ser votada em outras três sessões no Legislativo israelense. Se a moção passar por todas essas etapas, o Parlamento será dissolvido e seus membros definirão uma data para as próximas eleições entre março e junho de 2021.
Apesar da instabilidade política no país, marcada por protestos que reúnem milhares contra o governo, pesquisas de intenção de voto apontam que o partido de Netanyahu manteria a maioria dos assentos de parlamentares no Knesset em uma nova eleição. Se isso acontecer, Bibi, como ele é conhecido, pode permanecer como premiê.
Na terça-feira (1º), Gantz antecipou que o Azul e Branco votaria a favor da dissolução, contrariando os interesses de Bibi. O ministro justificou sua ação acusando o premiê de cometer um "ataque terrorista econômico" ao se recusar a permitir que a aprovação dos orçamentos deste e do próximo ano avance.
Para ele, a obstrução de Netanyahu se deve a uma tentativa de descumprir o acordo pré-estabelecido para o governo de coalizão, segundo o qual os dois líderes se revezariam na posição de chefe de governo, cada um por um período de 18 meses.
Se o projeto de dissolução do Knesset não for aprovado nas próximas etapas, o governo de Israel terá até 23 de dezembro para aprovar as contas deste ano. Caso não consiga, Bibi e Gantz cairão, e novas eleições serão automaticamente agendadas para 23 de março de 2021.
"Netanyahu prometeu unidade. Ele disse que não haveria truques e jogos. Mas ele não cumpre suas promessas e o povo acaba pagando", disse Gantz em um discurso transmitido pela TV. "Netanyahu não mentiu para mim. Ele mentiu para vocês. Ele não me enganou. Ele enganou os cidadãos de Israel." O líder do Azul e Branco ainda se referiu ao premiê como "um quebrador de promessas em série" e disse que aceitou compor o governo de coalizão "com o coração pesado, mas inteiro".
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