A maior bomba da Segunda Guerra Mundial já encontrada na Polônia explodiu debaixo da água na terça-feira (13), enquanto mergulhadores da Marinha tentavam desativá-la. Mais de 750 pessoas foram evacuadas da área próxima ao canal Piast, perto da cidade de Swinoujscie, onde a bomba Tallboy usada pela Força Aérea britânica foi encontrada. O artefato pesava quase 5.400 kg, incluindo 2.400 kg de explosivos, e era capaz de provocar um pequeno terremoto.
"O processo de deflagração se tornou uma detonação. O objeto pode ser considerado neutralizado, e não representa mais uma ameaça", disse o segundo-tenente Grzegorz Lewandowski, porta-voz da 8ª Flotilha de Defesa da Costa, em declaração à agência estatal PAP.
Segundo o militar, todos os mergulhadores estavam fora da zona de perigo no momento da explosão. Por razões de segurança, os responsáveis pela desativação descartaram desde o início o método tradicional de detonação - o mais frequente e também o mais violento -, muito temido no caso de uma bomba de seis metros de comprimento.
Os especialistas apostaram no procedimento de deflagração, que consiste em uma combustão da carga explosiva a uma temperatura abaixo do limiar de detonação. O artefato estava a 12 metros de profundidade sob as águas do canal, perto de casas e infraestruturas importantes. Um porta-voz do prefeito da cidade disse à PAP que não houve feridos e que nenhuma infraestrutura local foi danificada.
O canal Piast conecta o mar Báltico com o rio Oder, na fronteira entre a Polônia e a Alemanha. A bomba foi lançada pela Força Aérea britânica em 1945 durante um ataque ao cruzador alemão Lutzow.
Em 16 de abril daquele ano, o Reino Unido enviou 18 bombardeiros Lancaster da Divisão 617 estacionada em Woodhall Spa, a 225 km de Londres, com destino a Swinoujscie, onde estava a embarcação. No total, 12 Tallboys foram lançadas contra o Lützow, entre as quais a que não explodiu.
Swinoujscie foi, durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, uma das bases mais importantes da Marinha alemã no Báltico, lembra o historiador Piotr Laskowski, autor de um livro sobre o ataque da Força Aérea britânica contra o destroier alemão, então ancorado em um canal na cidade.
Mais de 70 anos após o fim da Segunda Guerra, bombas ainda não detonadas são encontradas com frequência na Alemanha. Em 2016, um artefato foi desarmado em
Augsburg. Em 2017, em
Frankfurt, serviços de emergência evacuaram pacientes de dois hospitais para desarmar uma enorme bomba.