O presidente do Irã, Hassan Rouhani, condenou a declaração dada no sábado pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de que todas as sanções das Organização das Nações Unidas (ONU) contra o Irã foram restabelecidas porque o país violou seus compromissos do pacto nuclear. "Se os EUA recorrerem à intimidação e agirem na prática, terão que enfrentar uma reação decisiva de nossa parte", disse Rouhani durante uma reunião de gabinete, na noite de domingo.
Rouhani afirmou que, se os demais signatários do acordo cumprirem integralmente suas obrigações sob o acordo, o Irã reverterá seu afastamento do pacto. Para o Irã, poder vender seu petróleo sem obstáculos continua sendo sua principal preocupação.
A ação dos EUA de restabelecer sanções foi rejeitada e considerada ilegal por dos países integrantes da organização, e abre um cenário complicado no organismo mundial, às vésperas das reuniões da Assembleia Geral, que serão realizadas nesta semana.
Mesmo antes da declaração norte-americana, membros do Conselho de Segurança disseram que a ignorariam. Eles observaram que os Estados Unidos perderam a legitimidade para invocar a reimposição imediata das sanções, por meio do mecanismo conhecido como "snapback", quando o presidente Donald Trump se retirou do acordo nuclear em 2018 e começou a restabelecer sanções contra o Irã.
Em comunicado conjunto, França, Alemanha e Inglaterra reiteraram que refutam os argumentos jurídicos do governo Trump em sua tentativa de reativar o mecanismo de "snapback" devido à saída dos EUA do acordo nuclear.
A Casa Branca planeja emitir uma ordem executiva explicando como o país aplicará as sanções restauradas. Os departamentos de Estado e do Tesouro devem delinear como indivíduos e empresas estrangeiras serão penalizados por violações.