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Europa

- Publicada em 16 de Setembro de 2020 às 18:26

Governo da Grécia ameaça reprimir refugiados caso se recusem a ocupar novo alojamento

Maioria em Moria é oriunda do Afeganistão, da Síria e da África

Maioria em Moria é oriunda do Afeganistão, da Síria e da África


LOUISA GOULIAMAKI/AFP/JC
O governo grego ameaçou usar a força caso imigrantes continuem se recusando a ocupar um novo alojamento na ilha de Lesbos, depois que um incêndio destruiu a maior parte do campo de Moria, o maior da União Europeia (UE), segundo informações da Folhapress. O campo abrigava 13 mil pessoas (o quádruplo de sua capacidade), a maioria vinda do Afeganistão, da Síria e de países africanos.
O governo grego ameaçou usar a força caso imigrantes continuem se recusando a ocupar um novo alojamento na ilha de Lesbos, depois que um incêndio destruiu a maior parte do campo de Moria, o maior da União Europeia (UE), segundo informações da Folhapress. O campo abrigava 13 mil pessoas (o quádruplo de sua capacidade), a maioria vinda do Afeganistão, da Síria e de países africanos.
Até esta quarta-feira (16), apenas 1,2 mil haviam se transferido para o acampamento temporário de Kara Tepe, que tem 5 mil vagas. Depois do incêndio, imigrantes tentaram ir para a capital da ilha, Mitilene, a 4 km de Moria, mas foram impedidos pela polícia na metade do caminho, na região de Kara Tepe, onde 600 grandes tendas foram erguidas.
Em entrevista a uma rádio grega, o ministro da Migração, Notis Mitarachi, ameaçou elevar a repressão se os imigrantes continuarem se recusando a ocupar o novo campo. "Continuaremos por mais alguns dias de boa fé e comunicação. Depois disso, se houver alguém que reaja com violência, a polícia irá prendê-lo", disse ele.
Segundo organizações de ajuda humanitária, embora os refugiados estejam ao relento e enfrentem filas de até duas horas para receber comida, eles resistem ao novo campo porque querem deixar a ilha, com uma solução de longo prazo. Eles temem acabar esquecidos como em Moria, onde estavam havia mais de um ano.
A situação se agravou quando eles foram confinados, em março, por causa da pandemia de coronavírus. Desde então, houve períodos em que a lotação chegou a 20 mil pessoas, segundo entidades. Na terça-feira (15), o ministro da Proteção Civil, Michalis Chrysochoidis, prometeu que todos seriam retirados de Lesbos até abril de 2021.
Enquanto moradores da ilha temem uma escalada de conflitos entre refugiados e policiais, a presidente da Comissão Europeia (Executivo da UE), Ursula von der Leyen, usou seu primeiro discurso sobre o Estado da UE para anunciar mudanças no sistema de pedido de asilo. "As imagens do campo de Moria nos lembram dolorosamente que a Europa deve agir em unidade. Se intensificarmos nossos esforços, esperamos que todos os Estados membros também intensifiquem seus esforços. A migração é um desafio europeu, e é toda a Europa que deve fazer a sua parte", afirmou.
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Ursula disse que a regra atual será substituída por 'um novo sistema europeu de governança da migração'. FOTO: JOHN THYS/AFP/JC

O único país do bloco que se dispôs a receber um número significativo de refugiados até agora foi a Alemanha, para onde devem ir mais de 1,5 mil dos moradores de Moria. A Comissão vai propor um sistema centralizado e unificado para os pedidos de asilo, no lugar da regra atual, que exige a solicitação no primeiro país do bloco em que o estrangeiro der entrada. Isso sobrecarrega principalmente Grécia, Malta e Itália, tornando lento o processo.
No discurso, Ursula disse que a regra atual, conhecida como Acordo de Dublin, será substituída por "um novo sistema europeu de governança da migração, com estruturas comuns de asilo e retorno e um novo e forte mecanismo de solidariedade". A nova política imigratória do bloco deve ser apresentada na próxima semana.

Seis imigrantes são detidos por suposta ligação com incêndio em Moria

Imigrantes do Afeganistão foram presos em Lesbos por suspeita de ter começado fogo no campo de refugiados de Moria

Imigrantes do Afeganistão foram presos em Lesbos por suspeita de ter começado fogo no campo de refugiados de Moria


Manolis LAGOUTARIS/AFP/JC
Na Grécia, seis imigrantes afegãos foram detidos na ilha de Lesbos, durante a investigação sobre o incêndio que consumiu Moria. O governo afirma que o fogo foi provocado pelos próprios imigrantes, durante protesto contra uma quarentena imposta para conter um surto de coronavírus. Entre os motivos da suspeita está o de que o incidente não deixou mortos nem feridos.
Imigrantes também foram detidos sob suspeita na ilha de Samos, onde outro incêndio, na noite de terça-feira (15), ameaçou um campo que abriga 4,7 mil imigrantes. O fogo foi controlado antes que atingisse os alojamentos.
O governo grego afirmou que o novo alojamento na ilha de Lesbos tem o dobro do espaço de Moria e mais condições sanitárias, "mas haverá mais medidas de segurança". Todos os novos moradores do acampamento foram testados para coronavírus e 35 tiveram resultado positivo.