O Kremlin e a oposição estão cantando vitória acerca das eleições regionais na Rússia, que ocorreram de sexta-feira (11) a domingo (13). Os números finais ainda devem demorar alguns dias para serem compilados, mas o mais provável é que ambos os lados estejam certos.
Isso não é exatamente boa notícia para o presidente Vladimir Putin, que vive um momento de especial pressão, nem para seus opositores. Houve eleições para diversos cargos diferentes em 41 das 85 regiões russas, em níveis municipal, regional e federal. Em 18 regiões, houve disputas diretas para governador, as mais importantes.
O partido Rússia Unida, que dá sustentação ao Kremlin, afirma que manteve o comando em todas elas. Houve as denúncias habituais de fraude aqui e ali, como registra a ONG de observação eleitoral Golos, mas dificilmente o resultado seria diferente.
Nesta segunda-feira, com resultados ainda parciais de eleições regionais na Rússia, candidatos aliados do oponente do Kremlin
Alexei Navalni - internado em Berlim após ser envenenado - reivindicaram vitória em duas cidades simbólicas da Sibéria, região onde supostamente ele foi envenenado.
Em 41 das 85 regiões do país, eleitores foram convocados a escolher os governadores, representantes nas assembleias regionais, ou municipais, e quatro deputados para o Parlamento nacional.
Por sua vez, os candidatos do partido governista, Rússia Unida, preeminente na vida política apesar da queda de popularidade nos últimos anos, conquistaram a maioria das cadeiras em disputa, de acordo com o líder da sigla, o ex-presidente e ex-primeiro-ministro Dmitri Medvedev.
Mas os olhares estavam voltados para as disputas municipais em Tomsk e em Novosibirsk, na Sibéria, onde Navalni fazia uma investigação sobre a corrupção da elite local e organizava a campanha de seus aliados.
Em Tomsk, os dois candidatos partidários de Navalni dizem ter sido eleitos para o Parlamento municipal. Andrei Fateev e Ksenia Fadeeva venceram em duas circunscrições, de acordo com os dados preliminares da Comissão Eleitoral.
Em Novosibirsk, terceira maior cidade da Rússia e a mais importante da Sibéria, onde Navalni também fez campanha, sua coalizão teria conquistado cinco cadeiras, incluindo a de Serguei Boiko, líder de uma coalizão opositora.
Navalni promoveu uma estratégia tática para desafiar o partido governista e o sistema político no qual críticos proeminentes do Kremlin são proibidos de concorrer. Enquanto ele se recuperava no hospital nas últimas semanas, seus aliados seguiram com a estratégia, nomeando mais de mil políticos que consideravam ter chances de vencer e fazendo uma forte campanha para que os russos votassem nele. "Acho que todos entenderão que vencer em Tomsk era uma questão de princípio depois do que aconteceu", tuitou Ksenia Fadeeva.