Dois dias após a reeleição de Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para a presidência da Bielorrússia, sua principal rival no pleito e líder da oposição, Svetlana Tikhanouskaya, anunciou que deixou o país. Em meio à repressão aos protestos contra o presidente reeleito, que questionam a lisura do pleito e chegaram a registrar a morte de um manifestante, Svetlana anunciou nesta terça-feira (11), que se refugiou na Lituânia.
Em vídeo, Svetlana confirmou a "difícil decisão" de deixar o País. "Sei que muitos me condenarão, muitos me odiarão", afirmou. Sua equipe afirmou se tratar de uma partida forçada por pressão das autoridades. Guardas da fronteira bielorrussos precisaram que ela cruzou a fronteira por terra, durante a noite.
Aos 37 anos, Svetlana é considerada uma novata na política. Ela emergiu em poucas semanas como uma inesperada rival para Lukashenko, de 65 anos, que é frequentemente descrito como "o último ditador da Europa".
Lukashenko foi reeleito no domingo (9), para um sexto mandato com 80% dos votos, segundo resultados oficiais. Sua principal rival, Svetlana, obteve 9,9%. Os resultados foram contestados pela oposição e a política declarou que Lukashenko deveria deixar o poder.
Em entrevista coletiva, Svetlana denunciou que houve repressão contra manifestantes antigoverno durante a madrugada e disse que vai comprovar que houve fraude nas eleições. Novos confrontos foram registrados na segunda-feira (10) entre manifestantes e a polícia, que bloqueou ruas e deteve dezenas de pessoas.
Uma pessoa morreu ao tentar jogar um explosivo contra as forças de segurança. Segundo declarações da polícia, o objeto explodiu nas mãos do próprio manifestante.