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Internacional

- Publicada em 07 de Agosto de 2020 às 13:30

Rússia concederá registro para a primeira vacina contra o coronavírus no dia 12

Instituto de Moscou trabalha em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus

Instituto de Moscou trabalha em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus


Governo de São Paulo/AFP/JC
Agência Estado
A Rússia irá conceder o registro para a primeira vacina contra o novo coronavírus no dia 12 de agosto. O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Saúde do país, Oleg Gridnev, nesta sexta (7). Profissionais de saúde e idosos terão prioridade na imunização.
A Rússia irá conceder o registro para a primeira vacina contra o novo coronavírus no dia 12 de agosto. O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Saúde do país, Oleg Gridnev, nesta sexta (7). Profissionais de saúde e idosos terão prioridade na imunização.
O Instituto Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia, localizado em Moscou, está trabalhando em uma vacina baseada em tipo de vírus chamado adenovírus. Nesta tecnologia, parte do vírus é coletada e modificada geneticamente para produzir proteínas do coronavírus.
"O registro da vacina desenvolvida no Gamaleya Center ocorrerá em 12 de agosto. Agora, o último estágio, o terceiro, está em andamento. Esta parte do teste é extremamente importante. Temos que entender que a vacina em si deve ser segura", disse Gridnev.
Na semana passada, Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia, afirmou que o imunizante teria registro com a condição de "outro ensaio clínico para 1.600 pessoas ser realizado" em seguida.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que o programa do governo de vacinação em massa está previsto para começar em outubro.
A velocidade dos ensaios clínicos e a falta de transparência na divulgação dos resultados geram dúvidas dos especialistas. Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência, lembra que as pesquisas russas não foram divulgadas em nenhuma publicação científica.
"A fabricação de uma vacina é um processo lento, que já está sendo acelerado. É um processo que leva mais ou menos oito anos. Estamos tentando fazer em dois anos. Agora, a Rússia divulga um estudo concluído em seis meses. Não dá tempo. Não há como eles terem feito isso e testado em fase 3, como as outras que estão sendo testadas no Brasil", compara a especialista.
A vacina Coronavac, parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac Biotech e que está sendo testada em voluntários brasileiros, vai precisar de 90 dias para concluir a fase 3.
Depois dos testes laboratoriais e pré-clínicos, feitos com animais, as vacinas passam por mais três etapas de testes em seres humanos. A primeira avalia a segurança em 20 a 80 voluntários, geralmente adultos saudáveis. A segunda aprofunda as análises, observando os efeitos em centenas de pessoas. Na última etapa, ela testa a segurança e eficácia em milhares de indivíduos. É a etapa decisiva, pois produz evidências sobre o seu uso contínuo.
Em abril, o presidente russo, Vladimir Putin, instruiu o governo a tomar decisões destinadas a simplificar e encurtar o prazo para os ensaios clínicos e pré-clínicos.
Em maio, a Associação de Organizadores de Pesquisas Clínicas criticou a Rússia logo que se descobriu que os cientistas do Instituto Gamaleya haviam se inoculado com algumas doses quando a vacina ainda estava em fase de testes em animais.
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