A França vai impor testes obrigatórios em pessoas procedentes de 16 países, incluindo Brasil, Peru e Panamá, o mais tardar em 1º de agosto, e recomendou a seus cidadãos que evitem viajar para a região espanhola da Catalunha, onde foram registrados novos surtos de Covid-19.
Os viajantes desses países deverão ter um "teste que justifique que não possuem o vírus para poder embarcar nos aviões correspondentes", disse o primeiro-ministro francês, Jean Castex, no aeroporto de Paris, Roissy-Charles de Gaulle. "Sabemos que, em certo número desses países, não há uma estratégia de detecção e que o acesso aos testes é difícil. Assim, decidimos generalizar os testes nas chegadas", afirmou o premiê.
A informação foi apresentada pouco depois de reunião do Conselho de Defesa e Segurança, realizada nesta sexta-feira (24), para definir medidas de controle à segunda onda de casos do patógeno que provoca a Covid-19. De acordo com balanço mais recente, nas últimas 24 horas, foram mais de mil infectados.
Segundo Castex, os passageiros provenientes de Estados Unidos, Emirados Árabes, Bahrein e Panamá, que estão na chamada "lista vermelha", deverão apresentar um resultado negativo de exame recente para o novo coronavírus, caso contrários, serão testados no desembarque.
Já os que chegarem de Brasil, África do Sul, Argélia, Catar, Índia, Israel, Kuwait, Madagascar, Omã, Peru, Sérvia e Turquia, precisarão passar pela detecção para o patógeno ao pisarem em um aeroporto local.
O tráfego aéreo com os integrantes dessa lista ainda é pequeno, já que as fronteiras da França ainda estão fechadas quase totalmente para fora da União Europeia (UE). Com isso, a medida impacta passageiros franceses que pretendem viajar para o país natal. Essa medida é "indispensável devido ao aumento da circulação do vírus" na França, argumentou Castex, que anunciou também a imposição de medidas semelhantes nos portos.
Premiê recomenda a franceses "evitar ir à Catalunha"
Castex também recomendou aos franceses que evitem viajar para a região espanhola da Catalunha, onde novos focos da doença surgiram nos últimos dias, "enquanto a situação sanitária não melhorar". "Estamos conversando com as autoridades espanholas e catalãs para garantir que, na outra direção, os fluxos sejam o mais limitado possível", acrescentou.
Na Espanha, onde
o número de casos recrudesceu em maio, as ocorrências têm se multiplicou nas últimas duas semanas, as autoridades não descartam a chegada de uma segunda onda. "Pode haver uma segunda onda, isso é o de menos. O importante é acompanhar o que está acontecendo, ver onde é preciso tomar medidas, tomá-las cedo", declarou a diretora adjunta do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias (CCAES), María José Sierra.