Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 02 de Julho de 2020 às 17:06

Pela primeira vez com Bolsonaro, Fernández pede fim de arestas

Encontro foi realizado por videoconferência, devido à pandemia de coronavírus

Encontro foi realizado por videoconferência, devido à pandemia de coronavírus


WALTER PACIELLO/presidência do Uruguai/AFP/JC
Na primeira Cúpula do Mercosul realizada por videoconferência, devido à pandemia de coronavírus, o Paraguai transmitiu nesta quinta-feira (2) a presidência temporária do bloco para o Uruguai. A reunião marcou também a primeira vez em que os presidentes de Brasil, Jair Bolsonaro, e Argentina, Alberto Fernández, encontram-se, ainda que de modo virtual.
Na primeira Cúpula do Mercosul realizada por videoconferência, devido à pandemia de coronavírus, o Paraguai transmitiu nesta quinta-feira (2) a presidência temporária do bloco para o Uruguai. A reunião marcou também a primeira vez em que os presidentes de Brasil, Jair Bolsonaro, e Argentina, Alberto Fernández, encontram-se, ainda que de modo virtual.
Ambos os mandatários haviam trocado farpas durante a campanha eleitoral argentina, no ano passado, quando Bolsonaro apoiou o então presidente Mauricio Macri. O líder brasileiro não foi à posse de Fernández e, mesmo após mais de seis meses de mandato do argentino, não manteve diálogo direto com o chefe de Estado do vizinho mais importante do Brasil.
Durante a cúpula, enquanto Bolsonaro apenas mencionou as dificuldades criadas pela crise da Covid-19, o tema foi o principal assunto tratado por Fernández.
Bolsonaro leu seu discurso acompanhado do chanceler Ernesto Araújo e do ministro da economia, Paulo Guedes. Nele, reforçou que o Brasil estava avançando nas reformas para atrair investimentos e disse que a da Previdência havia sido uma "conquista histórica".
Também afirmou que instruiu membros do governo a "desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil" no exterior, elogiou a liderança temporária do bloco pelo Paraguai e desejou sorte a Luis Lacalle Pou. O presidente uruguaio, que assumiu o cargo em março, estreou em reuniões do Mercosul. Bolsonaro encerrou dizendo que espera que a Venezuela "retome o caminho da liberdade".
Já Fernández discursou da sala de audiência virtual montada na residência de Olivos, em Buenos Aires. Ele está confinado no local devido a recomendações médicas, após pessoas próximas a ele terem contraído o coronavírus.
Durante sua fala, tratou basicamente da pandemia e disse que "é preciso reforçar a ideia da América Latina como um só país. Também afirmou que o coronavírus "derrubou tudo, apareceu de repente e revirou o mundo", enfatizando que a crise econômica que virá depois não será apenas da Argentina, mas de todo o bloco. "A crise que virá será mundial e de dimensões nunca vistas."
Por isso, argumenta, a integração regional deveria colocar o foco na eliminação das "arestas" entre as relações dos governos. "A reunião do Mercosul é uma reunião dos nossos povos, isso deve ser colocado adiante daqueles que governam hoje", pedindo que a questão ideológica ficasse num segundo plano nas discussões.
Fernández também evocou o espírito da fundação do bloco, "um esforço original dos ex-presidentes Raúl Alfonsín (Argentina) e José Sarney (Brasil), depois acompanhado pelo Uruguai e o Paraguai".
Abdo Benítez, presidente paraguaio, discursou sobre o coronavírus com dramaticidade, dizendo que a pandemia era um "flagelo" para a região e que seria necessária uma "plena integração regional para reativar nossas economias". Deu como bom exemplo a integração das indústrias automobilísticas e o aumento do comércio digital.
Já o uruguaio Lacalle Pou, em sua intervenção de estreia, disse que "não podemos ser 'mercopessimistas' nem 'merco-otimistas', e sim 'mercorrealistas'", e que uma das prioridades seria afinar as discordâncias surgidas nos debates sobre o acordo do bloco com a União Europeia (UE).
No fim de abril, a Argentina anunciou que se afastaria de "novas negociações" do bloco com outros países, e a gestão de Fernández colocou ressalvas no acordo assinado, mas ainda não aprovado, do Mercosul com a UE.
O Uruguai assume a presidência do bloco depois de uma crise interna na cúpula do governo, iniciada há algumas semanas, quando o ministro das Relações Exteriores do país, Ernesto Talvi, recebeu a informação de Lacalle Pou de que seria afastado do cargo. Na reunião dos chanceleres, na quarta, Talvi postou sua carta de demissão nas redes sociais.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO