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Internacional

- Publicada em 02 de Julho de 2020 às 16:31

Polêmica reforma de Putin é aprovada com 78% dos votos

Reformas abrem caminho para Putin ficar no poder até 2036

Reformas abrem caminho para Putin ficar no poder até 2036


lexei Druzhinin/SPUTNIK/AFP/JC
Os russos validaram por 77,92% dos votos a polêmica reforma constitucional que potencialmente autoriza Vladimir Putin a permanecer no poder até 2036, de acordo com a apuração final divulgada nesta quinta-feira (2). O resultado foi classificado como uma "mentira" pela oposição. A União Europeia (UE) pediu uma investigação sobre as denúncias de irregularidades durante a votação, dizendo que as alegações foram graves.
Os russos validaram por 77,92% dos votos a polêmica reforma constitucional que potencialmente autoriza Vladimir Putin a permanecer no poder até 2036, de acordo com a apuração final divulgada nesta quinta-feira (2). O resultado foi classificado como uma "mentira" pela oposição. A União Europeia (UE) pediu uma investigação sobre as denúncias de irregularidades durante a votação, dizendo que as alegações foram graves.
A Comissão Eleitoral anunciou que os votos contrários à reforma alcançaram 21,27%. A taxa de participação no referendo foi de quase 65%, embora muitos funcionários públicos e outros profissionais que recebem salário do governo tenham sido coagidos a participar.
A votação deveria ter acontecido em abril, mas foi adiada devido à pandemia. Para evitar um excesso de fluxo nas zonas eleitorais e não afetar a participação, a consulta aconteceu de 25 de junho a 1º de julho. Não existiam dúvidas sobre o resultado do referendo, porque as reformas já haviam sido aprovadas pelo Poder Legislativo no início do ano e, além disso, o novo texto da Constituição já está à venda nas livrarias.
O principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, chamou a votação de "enorme mentira" e pediu a seus partidários uma mobilização nas eleições regionais de setembro. A UE disse que irregularidades como “a coação de eleitores, a violação do voto secreto e as denúncias de violência policial contra jornalistas" precisam ser investigadas.
Entre as reformas constitucionais solicitadas por Putin, figura em especial uma que abre o caminho para sua permanência no poder até 2036. O mandato atual vai até 2024. Além da polêmica questão, as mudanças reforçam algumas prerrogativas presidenciais, como as nomeações e demissões de juízes.
Também incluem outras medidas, como a inclusão na Constituição da "fé em Deus" e o matrimônio como instituição heterossexual. Da mesma foram adicionados princípios sociais como a garantia do salário-mínimo e a revisão das pensões de acordo com a inflação.
"Do ponto de vista jurídico, todo esse exercício é insano", disse Greg B. Yudin, sociólogo e professor Escola de Ciências Sociais e Econômicas de Moscou. Mas, segundo ele, "não é um procedimento sem sentido", porque a Rússia sob Putin depende da aparência de apoio popular para conferir legitimidade às decisões que ele já tomou.
"É teatro, mas teatro muito importante e bem interpretado. O sistema precisa exibir demonstrações de apoio público, mesmo quando não o possui", disse Yudin. "Esta votação está colocando as técnicas teatrais de Putin à prova."
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