A região autônoma de Hong Kong voltou a registrar protestos na manhã deste domingo (24) contra o partido Comunista da China, após o país anunciar que planeja uma nova lei de segurança nacional. Durante os atos, houve confronto entre manifestantes, em sua maioria formado por jovens, e a polícia local. A manifestação desafia as regras de distanciamento social do país.
A polícia utilizou gás lacrimogêneo, canhões de água e spray de pimenta para dispersar milhares de manifestantes espalhados pelo distrito. Mais de 120 pessoas foram detidas.
As tensões aumentaram na cidade desde que a China sinalizou, na última quinta-feira (21), que implementaria unilateralmente leis contra subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras - a quem Pequim culpa por provocar protestos em massa no ano passado.
Grupos pró-democracia em Hong Kong disseram que a decisão de Pequim de ignorar o governo local e a legislatura violou sua promessa de "um país, dois sistemas", conforme acordado com a Inglaterra quando o território foi devolvido em 1997. Segundo esse acordo, a China prometeu que, até 2047, manteria a autonomia do centro financeiro em questões como direito, liberdade de expressão e reunião de pessoas.
"Isso não afeta o alto grau de autonomia de Hong Kong, não afeta os direitos e liberdades dos residentes de Hong Kong e não afeta os interesses legítimos dos investidores estrangeiros em Hong Kong", afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse que apoia a nova legislação e que a norma garantiria estabilidade e prosperidade na cidade.
Também neste domingo, os EUA afirmaram que estudam impor sanções à China, caso a nova lei de segurança nacional seja aprovada, disse o conselheiro de Segurança Nacional norte-americano, Robert O'Brien.
Para o governo, com a nova lei Pequim reassumiria o controle de Hong Kong. "Se o fizerem, o secretário (Mike) Pompeo provavelmente seria incapaz de certificar que Hong Kong mantém um alto grau de autonomia. E se isso acontecer, haverá sanções que serão impostas a Hong Kong e à China", afirmou O'Brien.