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Alemanha

- Publicada em 23 de Abril de 2020 às 10:02

Angela Merkel teme retomada rápida pós-quarentena

Alguns estados alemães já permitiram a abertura de lojas maiores

Alguns estados alemães já permitiram a abertura de lojas maiores


THOMAS KIENZLE/AFP/JC
Citada como exemplo no combate à pandemia de coronavírus, a Alemanha pode colocar seus esforços a perder se retirar muito rápido as restrições à circulação, disse, nesta quinta-feira (23), a premiê do país, Angela Merkel. Nesta semana, o país permitiu que lojas com até 800 metros quadrados voltassem a funcionar. Livrarias, bicicletarias e concessionárias de qualquer tamanho também foram liberadas para suas atividades.
Citada como exemplo no combate à pandemia de coronavírus, a Alemanha pode colocar seus esforços a perder se retirar muito rápido as restrições à circulação, disse, nesta quinta-feira (23), a premiê do país, Angela Merkel. Nesta semana, o país permitiu que lojas com até 800 metros quadrados voltassem a funcionar. Livrarias, bicicletarias e concessionárias de qualquer tamanho também foram liberadas para suas atividades.
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No entanto, as 16 regiões administrativas alemãs têm relativa autonomia para implantar ou flexibilizar as medidas, e Merkel teme que algumas delas estejam retomando as atividades rápido demais.
Alguns estados permitiram a abertura de lojas maiores, desde que o espaço interno estivesse limitado, e outros liberaram lojas de jardinagem e bricolagem independentemente do tamanho. Na região mais populosa da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, lojas de móveis voltaram a funcionar livremente.
Em discurso a parlamentares, Merkel disse estar preocupada com a "implementação" da saída da quarentena. "Em algumas partes do país ela está sendo brusca, para não dizer muito brusca", afirmou.
Segundo a premiê, o país ainda "caminha sobre gelo muito fino", e a população terá que viver com as medidas de contenção de transmissão por muito tempo: "Não estamos na fase final desta pandemia, mas no começo".
Na imprensa alemã, especialistas em epidemias criticaram o governo por não comunicar com o cuidado necessário a retirada de algumas restrições, passando a mensagem de que a vida está voltando ao normal. Com 151 mil casos confirmados de coronavírus, a Alemanha tem o quinto maior número do mundo, atrás dos EUA e de Espanha, Itália e França, mas com taxas de contágio e mortalidade menores. São 180 casos confirmados por 100 mil habitantes, enquanto a Espanha tem 455 e a Itália, 410 casos por 100 mil habitantes.
Na Alemanha, 6,3 pessoas morreram para cada 100 mil habitantes, menos de um quinto das mortes registradas na Espanha (47), na Itália (42) e na França, com 33 mortes por 100 mil habitantes. No total, o país tem 5,3 mil mortos.
Ainda que não tenha sido um dos países europeus que mais cedo implantou o lockdown, a Alemanha conseguiu conter a transmissão da doença com uma alta capacidade de testes (que chegou a 100 mil por dia nesta semana) e de isolamento. Segundo o instituto nacional de saúde, a taxa de contágio alemã está um pouco abaixo de 1, ou seja, cada pessoa infectada transmite a doença para menos de uma pessoa.
A redução da mortalidade também se deve ao fato de o sistema de saúde alemão ser o mais bem equipado da Europa, com a maior taxa de leitos hospitalares em UTIs por habitante do continente.
No plano de retomada anunciado pelo governo alemão, algumas escolas devem ser reabertas no dia 4 de maio. Restaurantes, bares e estabelecimentos que reúnem muitas pessoas por mais tempo, como academias de ginástica, teatros e cinemas, continuam fechados. Eventos estão proibidos até, pelo menos, 31 de agosto. "Precisamos mostrar o máximo de resistência e disciplina, para não ter que ficar passando de um lockdown para outro", disse Merkel aos parlamentares.

Atividade industrial caiu ao menor nível em 20 anos

Maior economia da Europa, com PIB de mais de € 3,9 trilhões (cerca de R$ 23 trilhões) em 2018, a Alemanha teve sua atividade duramente atingida pela pandemia, mostram indicadores divulgados nesta quinta-feira (23). Os índices de serviços e atividade industrial calculados pela IHS Markit caíram para o menor nível desde que o indicador começou a ser medido, há mais de 20 anos.
O índice que mede a intenção de compras de serviços das empresas ficou em 15,9 em abril, cerca da metade dos 31,9 de março (quando está abaixo de 50, indica que a maioria das empresas espera retração). Três quartos das empresas relataram queda na atividade. O de produção industrial também teve baixa recorde, chegando a 19,4 em abril, contra 41 em março.